ATA DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 01-3-2004.
Ao primeiro dia do mês de março de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal,
Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maristela
Maffei, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Cláudio Sebenelo, os Pedidos de Informações nos 030 e
031/04 (Processos nos 0943 e 0944/04, respectivamente); pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 254, 255,
256, 257, 258, 259, 260, 261, 262, 263, 283, 284, 285, 286, 287, 288, 289, 290,
291, 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315,
316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 326 e 327/04 (Processos nos
0889, 0896, 0897, 0898, 0899, 0900, 0901, 0902, 0903, 0904, 0924, 0925, 0926,
0927, 0928, 0929, 0932, 0933, 0934, 0978, 0979, 0980, 0981, 0983, 0984, 0985,
0986, 0987, 0988, 0989, 0990, 0991, 1014, 1015, 1016, 1017, 1018, 1019, 1025,
1026, 1027, 1028, 1029, 1030, 1031 e 1032/04, respectivamente), os Pedidos de
Informações nos 025, 026, 028, 032 e 033/04 (Processos nos
0869, 0870, 0879, 0950 e 0995/04), as Indicações nos 011, 013 e
014/04 (Processos nos 0877, 0948 e 0949/04, respectivamente) e o
Projeto de Resolução nº 052/04 (Processo nº 0882/04); pelo Vereador Luiz Braz,
a Emenda nº 52 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/01
(Processo nº 3162/01); pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 040/04 (Processo nº 0895/04); pelo Vereador Sebastião Melo, os
Pedidos de Providências nos 264 e 265/04 (Processos nos
0905 e 0906/04, respectivamente). Ainda, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pela Senhora Presidenta, solicitando desarquivamento
de Processos: de autoria do Vereador João Antonio Dib, com referência ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/01 (Processo nº
1115/01); de autoria do Vereador João Bosco Vaz, com referência ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 193/03 (Processo nº 3585/03); de autoria do Vereador
Juarez Pinheiro, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 456/03
(Processo nº 6311/03); de autoria do Vereador Luiz Braz, com referência ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/03 (Processo nº 2405/03); de
autoria da Vereadora Maristela Maffei,
com referência ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/02
(Processo no 3495/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
0132, 0171, 0445, 0628, 0660, 0758, 0817, 1464, 1584, 1790, 2002, 2878, 3173,
3177, 3552, 3871, 4544, 4546, 4630, 5596, 6211, 7092, 8311, 8610, 9643 e
9923/04, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. Na oportunidade, por solicitação do Vereador
Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
ex-Deputado Federal Hugo Mardini, falecido hoje. Após, a Senhora Presidenta
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Senhora Elda Margarida Martins
Rezende de Leiva, Presidenta da Associação Comunitária da Avenida Senador
Salgado Filho, que discorreu sobre os problemas enfrentados pelos moradores
dessa área da Cidade, criticando a possibilidade de que ali sejam feitas
modificações viárias. Em relação ao assunto, mencionou a venda de bebidas
alcoólicas a menores durante a noite e a poluição sonora produzida no local,
solicitando a intervenção desta Casa junto ao Executivo Municipal para resolver
essas questões. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Cláudio Sebenelo, Nereu D'Avila, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão,
Haroldo de Souza, Raul Carrion, João Antonio Dib, Renato Guimarães e Reginaldo
Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei referiu-se ao Dia Internacional da
Mulher, comemorado no dia oito de março, destacando a importância dessa data.
Em prosseguimento, debateu a questão da violência doméstica contra a mulher,
discorrendo sobre a forma como o problema tem sido tratado ao longo dos anos
pela sociedade brasileira. Finalizando, elogiou o trabalho realizado por
entidades de apoio a mulheres vítimas de violência no Município de Porto Alegre.
O Vereador Nereu D'Avila discutiu o aumento da tarifa de água no Município de
Porto Alegre, anunciado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE,
salientando a importância da água para a população e lembrando que o tema da
Campanha da Fraternidade deste ano é “Fraternidade e água”. Também, contestou a
política sócio-econômica implantada pelo Governo Federal, externando sua
preocupação quanto à queda do Produto Interno Bruto brasileiro – PIB. O Vereador
Pedro Américo Leal comentou declaração do Senhor Alexandre Garcia, da Rede
Globo de Televisão, na qual esse jornalista manifesta sua decepção com o
Partido dos Trabalhadores, pelo posicionamento contrário à instauração de Comissão
Parlamentar de Inquérito para apurar o possível envolvimento do Senhor Waldomiro
Diniz no recebimento de propinas, contestando a Medida Provisória nº 168/04, do
Governo Federal, que proíbe casas de jogos no País. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, solicitando,
nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde
para a Vereadora Maria Celeste, do dia primeiro ao dia três de março do corrente,
tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Antonio
Losada, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada
pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento
dos Suplentes Juberlei Bacelo e Berna Menezes em assumirem a vereança do dia
primeiro ao dia três de março do corrente, em substituição à Vereadora Maria Celeste.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion parabenizou o Executivo Municipal pela
realização do Carnaval de Porto Alegre no Complexo Cultural Porto Seco,
enfatizando o sucesso do desfile das escolas de samba naquele local. Também,
reportou-se ao atraso do salário dos funcionários públicos estaduais,
mencionando que na gestão do Senhor Olívio Dutra, ex-Governador do Estado, tal
fato não ocorreu. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion, dando
continuidade ao seu discurso em Comunicações, leu parte do texto denominado
“Agenda positiva tem nome: desenvolvimento e emprego!” publicado na página
eletrônica oficial do Partido Comunista do Brasil, na internet. Em relação ao
assunto, debateu medidas políticas adotadas pelo Governo Federal relativas ao
desenvolvimento nacional e às estratégias adotadas para a geração de empregos
no Brasil. O Vereador Cláudio Sebenelo criticou o Governo Federal pela
diminuição na oferta de empregos no País, lendo artigo de autoria do Senhor
Janio de Freitas, publicado no jornal Folha de São Paulo do dia vinte e nove de
fevereiro do corrente, intitulado “Vergonhoso”, o qual analisa o desempenho do
Governo do Senhor Luiz Inácio Lula das Silva, Presidente da República. Também,
tratou do possível envolvimento do Senhor Waldomiro Diniz em denúncias de
recebimento de propina. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol,
contestando a política externa do Governo Federal, mencionou matéria publicada
hoje no Jornal do Comércio, intitulada “Lula pede ao FMI mais liberdade na
política econômica” e comentou criticamente o discurso feito pelo Vereador Raul
Carrion, acerca do texto denominado “Agenda positiva tem nome: desenvolvimento
e emprego!”, de autoria do Partido Comunista do Brasil. O Vereador Renato
Guimarães comentou a atuação do Senhor Germano Rigotto à frente do Governo
Estadual, contestando opções feitas por Sua Excelência para destinação de
recursos públicos, bem como políticas vigentes no Estado para as áreas de
pessoal, assistência social e saúde pública. Ainda, apoiando as ações do
Governo Federal, contraditou informações constantes no artigo “Vergonhoso”, do
jornalista Janio de Freitas, publicado no jornal Folha de São Paulo. O Vereador
Haroldo de Souza, afirmando que o povo brasileiro anseia pela instauração de
Comissão Parlamentar de Inquérito para o devido esclarecimento das denúncias de
recebimento de propina pelo ex-Assessor do Governo Federal, Waldomiro Diniz,
questionou o papel exercido no caso pelo Senhor José Dirceu, Ministro da Casa
Civil da Presidência da República. Também, discorreu sobre o aumento da tarifa
de água em Porto Alegre. O Vereador Darci Campani mencionou manchete publicada
hoje no Jornal do Comércio, intitulada “Lula pede ao FMI mais liberdade na
política econômica”. Nesse contexto, analisou a linha econômica seguida pelo
Partido dos Trabalhadores no Governo Federal, defendendo a idéia de que o atual
Governo busca a negociação internacional
com base na autonomia, diferenciando-se dos Partidos que assumiram
anteriormente a Presidência da República. Após, face questionamentos formulados
pelo Vereador João Antonio Dib durante a Sessão Ordinária do dia dezenove de
fevereiro do corrente, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos quanto à
tramitação, na Casa, do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01, que
altera o Código de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, tendo o
Vereador João Antonio Dib manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Elói Guimarães lamentou declarações do Presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha, de que o fechamento das casas de bingo do País
dispensaria a realização de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar a
possibilidade de irregularidades no Governo Federal. Sobre o assunto, declarou
que as discussões estão se afastando das denúncias originais e sendo
direcionadas para reflexões de cunho psicológico e religioso. O Vereador Dr.
Goulart relatou dificuldades enfrentadas pela população da Vila das
Laranjeiras, em especial quanto à existência de esgotos a céu aberto, à falta
de pavimentação das ruas e à necessidade de manutenção na rede elétrica da
Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. Finalizando, solicitou medidas
dessa empresa e do Governo Municipal, para que os problemas sejam solucionados
e a comunidade daquela região não continue a ser prejudicada. Após, o Vereador
Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta,
solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01, que
altera o Código de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, em Pauta na
Ordem do Dia da presente Sessão, seja apreciado após reunião a ser realizada no
dia nove de março do corrente, pela Comissão de Saúde e Meio ambiente, a qual
debaterá esse Projeto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo
afirmou que as dificuldades financeiras hoje vivenciadas pelo Governo Estadual
são reflexos de problemas oriundos da administração do Senhor Olívio Dutra
quando Governador do Estado. Também, registrou sua descrença na realização,
pelo Congresso Nacional, de Comissão Parlamentar de Inquérito quanto a
denúncias de recebimento de propina pelo ex-Assessor do Governo Federal,
Waldomiro Diniz. O Vereador Carlos Pestana citou artigo publicado no dia
dezesseis de abril de mil novecentos e noventa e oito, pelo jornal Zero Hora,
intitulado “Fim da dívida, vitória do Rio Grande”, de autoria do então
Governador Antônio Britto, sobre a renegociação da dívida pública do Estado.
Ainda, declarou que a dívida atual do Governo do Estado é resultado dessa
renegociação, saudando a liberação, pelo Presidente da República, de recursos
para pagamento do funcionalismo estadual. O Vereador Beto Moesch manifestou seu
pesar pelo falecimento do ex-Deputado Federal Hugo Mardini. Ainda, citando o
tema da Campanha da Fraternidade de dois mil e quatro, “Fraternidade e água”,
lastimou reajustes verificados na tarifa de água do DMAE, afirmando que esses
reajustes oneram a população e indagando acerca dos investimentos da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre para o tratamento dos arroios da Cidade. O Vereador
Reginaldo Pujol chamou a atenção para os prejuízos que enfrentam as comunidades
das áreas próximas a obras inacabadas existentes em Porto Alegre, citando como
exemplo o terminal de transporte coletivo iniciado no Bairro Restinga, cuja
primeira etapa de construção está sendo destruída, em vista da demora para a
conclusão desse empreendimento. Finalizando, citou atrasos na pavimentação da
rua que dá acesso a este Legislativo. Na oportunidade, a Senhora Presidenta
prestou esclarecimentos acerca do pronunciamento efetuado em Comunicação de
Líder pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Clênia Maranhão mencionou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, quanto ao acesso de crianças de zero a seis anos às creches
da rede pública municipal. Também, lembrou acompanhamento desse assunto
efetuado por Sua Excelência quando Presidente da Comissão de Educação e
Cultura, salientando dificuldades de ingresso em creches municipais vividas por
crianças portadoras de deficiência. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e vinte e sete minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para reunião do Colégio de
Líderes, sendo retomados às dezesseis horas e trinta e três minutos, constatada
a existência de quórum. Na ocasião, os Vereadores Sebastião Melo e Carlos Pestana
manifestaram-se em relação à ordem das matérias a serem apreciadas na Ordem do
Dia da presente Sessão. Após, os Vereadores Isaac Ainhorn e Carlos Pestana
formularam Requerimentos verbais, solicitando alteração na ordem de apreciação
dos trabalhos da Ordem do Dia, tendo o Vereador Isaac Ainhorn manifestado-se e
a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. A seguir, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezesseis
votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Marcelo Danéris,
Sebastião Melo, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, Raul Carrion e João Batista
Pirulito, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Na ocasião, face Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro e manifestação do Vereador Cláudio
Sebenelo, a Senhora Presidenta solicitou à Procuradoria da Casa que analisasse
a tramitação e a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei do Legislativo nº
175/03. Às dezessete horas e dezoito minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e vinte e três
minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, o Vereador Carlos
Pestana formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de
apreciação das matérias constantes na Ordem do Dia, tendo os Vereadores
Reginaldo Pujol e João Antonio Dib manifestado-se e a Senhora Presidenta
prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às dezessete horas e vinte e seis
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para reunião do Colégio
de Líderes, sendo retomados às dezessete horas e vinte e oito minutos,
constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Vereador Reginaldo
Pujol manifestou-se acerca da ordem de matérias a serem apreciadas na Ordem do
Dia da presente Sessão. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos:
de nº 024/04 (Processo nº 0842/04 - Realização de Sessão Solene para homenagear
os oitenta anos da Igreja Assembléia de Deus no Rio Grande do Sul), de autoria
da Vereadora Maria Celeste; de nº 025/04 (Processo nº 0847/04 - Grande
Expediente para homenagear a Polícia Civil), de autoria do Vereador Pedro
Américo Leal; de nº 027/04 (Processo nº 0857/04 - Realização de Sessão Solene
para homenagear a Brigada Militar), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal;
de nº 030/04 (Processo nº 0963/04 - Autorização para representar externamente
esta Casa no Seminário “Créditos de Carbono Contribuindo para a Gestão de
Resíduos Sólidos”, a ser realizado do dia vinte e três ao dia vinte e cinco de
março do corrente, em São Paulo - SP, com percepção de diárias e passagens
aéreas), de autoria do Vereador Darci Campani; de nº 032/04 (Processo nº
1006/04 - Período de Comunicações para homenagear o sexagésimo quarto
aniversário da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador
Aldacir Oliboni; de nº 035/04 (Processo nº 1021/04 - Grande Expediente para
homenagear o transcurso do trigésimo quinto aniversário do Centro de Integração
Escola Empresa - CIEE), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Às dezessete
horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezessete horas e trinta e oito minutos, constatada a
existência de quórum. A seguir, a Senhora Presidenta, após consulta à
Procuradoria da Casa, prestou esclarecimentos sobre a tramitação e inclusão na
Ordem do Dia do Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03. Na ocasião, o Vereador
Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando seja aplicado efeito
suspensivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03, com base no artigo 194,
parágrafo 1º, do Regimento, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se e a
Senhora Presidenta informado que solicitaria esclarecimentos da Procuradoria da
Casa acerca do assunto. Às dezessete horas e quarenta e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e
quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, a
Senhora Presidenta solicitou que o Colégio de Líderes se reunisse, a fim de
acertarem a ordem das matérias a serem apreciadas na Ordem do Dia da presente
Sessão. Às dezessete horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e cinqüenta e
dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, a Senhora Presidenta
informou que, ouvida a Procuradoria da Casa, seria iniciada a discussão do
Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03. Na oportunidade, face manifestação do
Vereador Cláudio Sebenelo e Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez
Pinheiro, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da tramitação e
da natureza do Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03. Também, o Vereador
Reginaldo Pujol, informou que apresentaria, ainda hoje, Emenda ao referido
Projeto de Lei, com a finalidade de transformá-lo em Projeto de Lei
Complementar do Legislativo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Lei do Legislativo nº 175/03, o qual, após ser discutido pelo Vereador Cláudio
Sebenelo, teve sua discussão suspensa, face à inexistência de quórum. Durante a
discussão do Projeto de Lei do Legislativo 175/03, o Vereador Carlos Pestana
formulou Requerimento verbal, solicitando o adiamento, por duas Sessões, do
Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03. Na ocasião, o Vereador Darci Campani
formulou Requerimento verbal, solicitando a substituição da natureza do Projeto
de Lei do Legislativo nº 175/03, a fim de transformá-lo em Substitutivo,
conforme disposto no artigo 91 do Regimento, tendo manifestado-se os Vereadores
Raul Carrion, Cláudio Sebenelo, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, João Antonio
Dib e Zé Valdir e tendo a Senhora Presidenta determinado a retirada do referido
Projeto de Lei da Ordem do Dia, de acordo com o artigo 19, II, “g”. Às dezoito
horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador João Carlos Nedel e
secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino Besson. Do que eu,
João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Antes da leitura das proposições
encaminhadas à Mesa e pela relevância do registro, eu ouso pedir a V. Exª que,
antes de mais nada, considere a possibilidade de fazermos um minuto de silêncio
em homenagem póstuma ao ex-Deputado Hugo Mardini, cujo falecimento ocorreu na
manhã de hoje; o corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa do Estado.
Eu pondero a V. Exª da conveniência dessa homenagem póstuma, tradição na Casa,
e que, no caso concreto, envolve uma pessoa de grande estima, especialmente
daqueles que, como eu, conviveram com ele na adolescência, na política
estudantil e, mais tarde, na política partidária, até que ele seguiu um caminho
diferente do meu, mas sempre gozando do meu respeito. Era isso o que eu
ponderaria.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não, Ver. Reginaldo Pujol,
deferimos o pedido em homenagem ao Deputado Hugo Mardini.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel.
Passamos
à
A
Srª Elda Margarida Martins Rezende de Leiva, representando a Associação
Comunitária da Avenida Senador Salgado Filho, está com a palavra para tratar de
assunto relativo a modificações viárias na Av. Salgado Filho, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
A SRA. ELDA MARGARIDA MARTINS REZENDE DE
LEIVA: Boa-tarde,
cumprimento a Srª Presidente e demais Vereadores. Nós, da Av. Salgado Filho, há
trinta anos ou mais, sofremos com os ônibus, com os camelôs; agora temos a cracklândia e, com todo o sofrimento que
temos em nossa rua, até agora não tomaram nenhuma providência; já pedimos em
diversas oportunidades, inclusive o Ver. Dib nos acompanhou durante muito
tempo. Aquela avenida é um caos, e querem fazer corredor de ônibus numa avenida
como a Salgado Filho! É um absurdo! É um absurdo mesmo fazer um corredor de
ônibus numa avenida que é a melhor avenida do Centro da Cidade. Então, nós,
moradores, estamos desesperados. Desvalorizou o nosso imóvel, não há mais
condições de venda e de aluguel, está horrível! Temos de tomar uma providência.
Pedimos
encarecidamente aos Srs. Vereadores que nos ajudem, que dêem uma solução,
porque como está não é possível. Não temos o direito de ir e vir em nossa
própria casa. Há camelôs que vendem cachaça, batida, a noite inteira, para
menores e para adultos, é um absurdo! E os bares? Agora vai ser aberto outro
bar, não é possível. A noite inteira, motos fazendo barulho, pessoas gritando;
há muitas pessoas de idade que moram na avenida e que não têm condições de
dormir. Antonieta Barone é uma delas, assim como o Justino Vasconcelos, gente
que veio para a Av. Salgado Filho, comprou seu imóvel, ficou ali e, muitas
vezes, não tem condições de comprar em outro lugar, porque ali não se vende e
não se aluga. Eu gostaria que as autoridades tomassem uma providência, porque
nós já cansamos. E nós vamos à luta! Vamos fechar a rua qualquer dia, na hora
do pique; disto podem ficar certos: nós vamos fechar a rua, se não tomarem uma
providência.
É
todo tipo de delinqüência, tudo que não se pode passar. Eles dizem que vão
tirar ônibus e, cada vez, aumentam mais os ônibus na rua, não é possível! Já há
tantos ônibus, daqui a pouco eles põem mais cinco ônibus, não há condições para
isso. Então, gostaria que as autoridades vissem isso e que os Vereadores
tomassem uma providência. Inclusive, as árvores são antigas, em extinção, não
existem condições de tirarem dali. Não existem mesmo. Nós temos poluição sonora
maior do que a da Rodoviária de Porto Alegre. Das nossas cortinas, quando
lavadas, sai um caldo preto, um óleo. A poluição sonora e do ar é uma coisa
horrorosa.
Então,
acho que a Saúde Pública tem de tomar uma providência com a saúde das pessoas.
Gostaria, mesmo, que tomassem uma providência urgentíssima. Se nós temos o
dever de pagar impostos, que não são baratos, e não temos direito de reclamar
nada, de pedir alguma coisa, não é possível. Como disse, gostaria que tomassem
uma providência sobre isso para uma solução imediata. Há trinta anos nós já
sofremos com isso, já estamos saturados de promessas e de não termos uma
solução. Agora nós queremos uma solução; se não nos derem, nós, moradores da
Av. Salgado Filho, vamos dar uma solução, doe a quem doer. E eu vou ser a
primeira, porque já fiz duas vezes e vou fazer a terceira.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convidamos a Srª Elda a fazer parte da
Mesa.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Elda Margarida Martins Rezende de
Leiva, Presidenta da Associação Comunitária da Avenida Senador Salgado Filho,
realmente a senhora tem toda a razão. A cada pessoa que ocupa a Tribuna
Popular, nós vemos que a qualidade de vida de Porto Alegre não é aquilo que
aparece nas filmagens e nas propagandas.
A
questão da Av. Salgado Filho, a promiscuidade da Av. Salgado Filho, as questões
voltadas à depredação dessa histórica avenida, importante avenida do Centro de
Porto Alegre, fazem, hoje, corpo com todo o Centro, pelo abandono, pela
sujeira, mas, principalmente, pela poluição, desumanizando o Centro, impedindo,
inclusive, as pessoas de dormir. Mais do que isso, são cometidas todas as
infrações possíveis nas áreas de indústria e comércio. Nós vamos falar
pessoalmente com o Secretário Adeli Sell no sentido de a Secretaria tomar
providências diretamente relacionadas às queixas, que são permanentes, antigas.
Até agora não houve nenhuma providência por parte da Prefeitura Municipal.
Parece-nos
que já não se pode mais admitir que o antigo Centro de Porto Alegre, que foi um
shopping a céu aberto, que foi
grandemente procurado e que foi o encanto da Cidade, seja hoje a vergonha da
Cidade, pela forma com que é tratado pela sua população, mas, principalmente,
pela sua Administração, que se omitiu completamente. Em oito anos que eu tenho
na Câmara, a partir do primeiro mandato, certamente o número de reuniões foi imenso
e não houve solução para a Av. Salgado Filho.
Têm
toda a razão os moradores. Qualquer dia desses, em pleno Centro de Porto
Alegre, em pleno horário de trabalho, nós vamos ter a interrupção do nosso
transporte, porque, realmente, é insuportável a vida dos moradores da Av.
Salgado Filho, que outrora foi o orgulho de Porto Alegre e hoje é a nossa
vergonha.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NEREU D'AVILA: Srª Presidente, Margarete Moraes; Srª
Elda Margarida, Presidente da Associação Comunitária da Avenida Senador Salgado
Filho, nós estamos acompanhando essa questão já há algum tempo, inclusive
participamos de reuniões lá da Associação, estiveram presentes outros
Vereadores também. E essas modificações viárias no Centro de Porto Alegre,
principalmente na Av. Salgado Filho, de maneira alguma podem realizar-se à
revelia da população da Av. Salgado Filho, que já é sofredora há muito tempo de
barulhos, de concentrações, de brigas, enfim, de diversos problemas que
amarguram, para dizer o mínimo, aquela população residente na Av. Salgado
Filho. Mister se faz que nenhuma modificação viária agrave mais o problema, que
já é de conhecimento e de perturbação daqueles moradores há muito tempo.
Então,
prezada Presidenta Margarida, eu até sugeriria que houvesse uma Audiência
Pública nesta Casa, porque não é de hoje que se tenta, e eu creio que já foi
tentado por outras Administrações, implantar algumas modificações no sentido
que seria o ideal, de retirada, ao invés de colocação de qualquer problema a
mais ali. Agora, retirada também implica modificação para outras pessoas que
vêm ao Centro. Por isso acho que a Câmara é o canal absolutamente pertinente, e
saúdo a sua presença aqui.
Fala-se
tanto em Orçamento Participativo, em participação popular; então, não se pode
ouvir falar em modificação numa artéria da importância da Av. Salgado Filho
sem, no mínimo, um estudo profundo com a população dali e conosco -
representantes do povo de Porto Alegre. Dessa forma, eu acho que a Câmara pode
participar, junto com a Associação, com os moradores e com as autoridades do
Município para qualquer possível mudança na Av. Salgado Filho. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidente, quero saudar a presença
da Srª Elda e, como Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos, nos colocamos à disposição de V. Sa. para que possamos, dentro da
nossa Comissão, debater esta questão. Os Vereadores estão-se colocando à
disposição, nós colocamos mais a nossa Comissão, que é uma Comissão
pluripartidária, composta por vários Partidos políticos, que vai ajudá-la nesse
entendimento. Vossa Senhoria irá relatar todos os problemas, porque ouvimos
muito falar em Projeto de Revitalização do Centro, e, pelo que sabemos, a Av.
Salgado Filho faz parte do Centro. Portanto, queremos debater, auxiliar a
Associação, porque entendemos que temos de recuperar as prerrogativas das
associações de bairros que, com o Orçamento Participativo, ficaram muito
prejudicadas, quando uma ou duas pessoas, às vezes, vão falar pelo bairro,
quando a associação, às vezes, tem outro pensamento. E o Orçamento
Participativo, no nosso entender, tornou-se uma bandeira política, ideológica,
e a população não pode depender só do Orçamento Participativo, mas das suas
associações de bairro, que convivem diariamente com aqueles problemas.
Portanto, a nossa Comissão e os Vereadores - a senhora já notou - colocam-se à
sua disposição. A nossa Comissão está à disposição da sua Associação para
debater sobre esse aspecto. Obrigado pela sua presença, e a Bancada do PTB é
solidária. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos, em nome da nossa Bancada, saudar a
presença da Srª Elda. É extremamente importante a sua presença nesta Casa,
porque ela traz uma questão que é recorrente na Cidade. Em muitas outras
oportunidades nós já tivemos, aqui na Casa, representantes do Centro da Cidade
que nos trazem problemas cotidianos das pessoas da Av. Salgado Filho. Cada vez
que se discute sobre o Centro da Cidade, essa questão da poluição sonora, a
questão do trânsito, enfim, todas as questões ambientais e urbanísticas daquela
região são apontadas para nós e comprovadas como uma das coisas mais graves,
como uma das situações com menos qualidade de vida que é imposta à população do
Centro da Cidade, que é exatamente em relação aos moradores da Av. Salgado
Filho. Eu acho que a sua presença reacende esse debate nesta Casa e acho que
recoloca, inclusive, a responsabilidade - assim como falou o Ver. Cassiá Carpes
- de as Comissões técnicas desta Casa procurarem intermediar uma solução,
porque essa é uma crise que se arrasta há muito tempo. E nós, que acompanhamos
os problemas da Cidade, sabemos o quanto isso penaliza as pessoas que vivem
naquela rua, que é uma rua maravilhosa e que, ao longo do tempo, tem perdido a
sua qualidade de vida por conta da ausência de uma política pública que defenda
os interesses dos moradores.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, minha querida amiga Elda
Margarida, é bom ver você aqui; o problema que você traz é uma crise que não
vem de agora, vem de há muito tempo, talvez há mais de 16 anos. A gente entende
que a segurança é possível, sim, aumentar, e a fiscalização dos bares também.
Mas eu queria fazer um depoimento público: acompanho o trabalho que desenvolve
o Secretário Adeli Sell e acho que é um trabalho dos mais louváveis, daqueles
que, realmente, eu estou sentido orgulho de estar na política. Gosto muito do
trabalho que o Adeli vem desenvolvendo, por isso eu tenho moral para conservar
com ele, à tarde, a respeito de todos esses assuntos, e vou conversar com ele.
Mas queria dizer para a senhora que o PMDB fica à sua disposição. Seria
interessante mesmo a sugestão dada pelo Ver. Nereu D'Avila: uma Audiência
Pública em que todos nós nos envolvêssemos para, realmente, atacarmos de frente
esse problema. Muito obrigado pela sua presença e faça sempre uso desta Casa,
que é de vocês.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação a Srª
Elda Margarida, Presidente da Associação Comunitária da Avenida Senador Salgado
Filho, quero reconhecer a justeza das preocupações e das questões que traz a
esta Casa. Aliás é um problema muito antigo, como ela mesma diz, há mais de 30
anos esses terminais foram colocados, se eu não me equivoco, sob o Governo do
Prefeito Villela. É um problema que vem se agravando, e nós temos até
compartilhado dessa luta por meio da Associação de Moradores do Centro; é tão
grave a situação que se criou agora a Associação Comunitária da Avenida Senador
Salgado Filho para reforçar essa luta.
Já
na gestão do Secretário Nazareno - há anos, portanto -, nós, por meio da
Associação dos Moradores do Centro, da qual participei, já fui Presidente,
procuramos apresentar alternativas para a descentralização daqueles terminais.
Mais recentemente, creio que há uns dois Congressos da Cidade, nós aprovamos
uma resolução no sentido de uma modificação daqueles terminais; no Orçamento
Participativo, conseguimos 500 mil reais para fazer um projeto de superação do
problema, já se passou algum tempo; foi feita uma pesquisa de origem/destino
para ver de onde vem as pessoas, para onde vão, para uma relocalização dos
terminais; fizemos inúmeras reuniões nesta Casa, já por intermédio da CUTHAB,
mas é necessário retomar e agilizar, porque realmente está havendo uma demora
para solucionar um problema que é grave, para o qual é importante uma solução.
A Av. Salgado Filho poderia ser um grande boulevard
da nossa Cidade, um local de bares, de vida noturna, revitalizando o nosso
Centro, que tem possibilidade de ser revitalizado.
Então,
nós temos certeza - conversávamos aqui com o nosso Presidente da CUTHAB, Ver.
Renato Guimarães, que fará uso da palavra - de que faremos uma reunião, em
breve, aqui na Casa, para retomar essa luta junto com a Associação Comunitária
da Avenida Senador Salgado Filho, Associação do Centro e outras pessoas e
entidades interessadas em fazer com que este ano seja o ano realmente da
solução.
Concluo
dizendo que, no ano passado, inclusive, a Carris elaborou um projeto,
apresentou para Associação, mas não é ainda o que a comunidade espera, por isso
ficou de reapresentar, neste ano, uma proposta para resolver o problema.
Então,
parabéns pela vinda, contem com a Bancada e, tenho certeza, com toda a Casa,
para solucionar o problema. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente Margarete Moraes; minha
cara Presidente da Associação Comunitária da Avenida Senador Salgado Filho,
Dona Elda Margarida, em primeiro lugar, eu vou fazer um apelo: por favor, não
paralisem a Av. Salgado Filho! Porque ninguém sabe as conseqüências de
paralisar a Av. Salgado Filho por 10 minutos, por 5 minutos. Ninguém sabe o que
acontecerá nesta Cidade. Em segundo lugar, vamos colocar historicamente os fatos:
em 1977, a Administração Villela, sendo eu o Secretário Municipal de
Transportes, fez alterações no Centro da Cidade sem nenhuma linha de ônibus na
Av. Salgado Filho, com estacionamento. Depois, foram colocando estacionamentos,
estacionamentos, mais estacionamentos... E nós tínhamos o mesmo número de
ônibus que temos hoje.
Na
realidade, a Prefeitura, não ouve ninguém! Várias vezes pedi que me dessem uma
planta da área central até para eu, sozinho, pensar e tentar encontrar alguma
outra solução, como num dia eu encontrei. Não foi dado. Várias vezes eu recebi
a Associação na Presidência e fiz contatos com a SMT, EPTC, para que me
fornecessem os dados dos estudos que lá tem; não consegui nenhuma vez. A
Prefeitura deve para a Cidade o Plano Viário dentro do Plano Diretor; também
não mandou. Chegou a ser marcada data, no ano passado, para que fosse recebido,
na Casa, o Plano Viário, e também não veio.
Agora,
eu não acho que uma Audiência Pública seja o suficiente para que nós
encontremos solução para o problema. Eu acho que nós precisamos fazer um
seminário da área central, para que venham teses capazes de equacionar e
resolver o problema. Não adianta fazer pequenas
idéias dão grandes soluções. Não. O problema é sério demais agora,
complicado demais. Além do transporte coletivo, há toda aquela parafernália de
bares e outras coisas mais que estão ali localizadas, e, realmente, se tiver
que retirar um doente de um prédio daqueles, enquanto ele aguarda a passagem
para a ambulância, ele morre. Então, realmente, eu acho que o que nós
precisamos é de um seminário para tratar da área central, vários dias: esta
Câmara, Planejamento e EPTC.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Margarete Moraes; Srª
Elda Margarida Martins Rezende de Leiva, Presidenta da Associação Comunitária
da Avenida Senador Salgado Filho, acho que é importante, em primeiro lugar, no
debate fraterno que esta Casa faz, não cair - no atendimento a uma moradora que
vem trazer um problema aqui - em divagações, querendo comparar o transporte
público da década de 80, que era um transporte público sucateado, ao transporte
público que nós temos hoje.
Srª Presidenta da Associação, o Presidente da EPTC, Túlio Zamin, esteve aqui nesta Câmara, no reinício dos trabalhos Legislativos, procurando a CUTHAB, a Comissão de Transporte e Habitação, agendando para o dia 09 de março, agora, às 14h30min, uma reunião com a EPTC e outros órgãos da Prefeitura que cuidam do Projeto Viva Centro para trazer o Projeto da Salgado Filho. Então, nós vamos convidar a senhora, o pessoal da Associação dos Amigos do Cinema Capitólio, a Associação do Centro, o Conselho do Transporte, as entidades da Região Centro-Sul, que são da maioria dos ônibus, também os transportadores, para que juntos, na CUTHAB, possamos apreciar a proposta do Presidente da EPTC, Túlio Zamin, incluindo os moradores também, pois queremos abrir esse debate aqui, na Câmara de Vereadores. É do interesse da Câmara dos Vereadores abrir esse debate com os moradores. Essa foi a intenção da Prefeitura, com o Presidente da EPTC, trazendo a idéia de abrir o debate, na CUTHAB, sobre a Salgado Filho, dia 09. A senhora, de antemão, está convidada. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Srª
Presidenta, ao tempo em que saúdo a Srª Elda Margarida Martins de Leiva,
Presidente da Associação Comunitária da Avenida Senador Salgado Filho, e com a
qual, de antemão, me solidarizo, entendo necessário que sejam recolocadas
algumas coisas em face do que foi dito anteriormente nas intervenções que
ocorreram.
Faço isso com a
responsabilidade de ter sido o último Secretário dos Transportes da
Administração do Prefeito Guilherme Socias Villela, ocasião em que estávamos
implementando uma operação especial, que era o Sistema Integrado de Transportes
da Zona Sudeste de Porto Alegre, que reduzia pela metade os veículos que tinham
acesso à Av. Salgado Filho. Essa proposta, que gerou profundas alterações,
inclusive colocava uma tarifa mais econômica na operação integrada, foi mantida
pelo Governo que sucedeu ao Governo Villela, que foi o Governo João Antonio
Dib, mas foi posteriormente interrompida, daí nascendo o tumulto no trânsito
hoje instalado naquela artéria de Porto Alegre.
Esse
tema já foi objeto de vários seminários, Audiências Públicas, Projetos de Lei.
Há dois anos, o Sr. Prefeito encaminhou para esta Casa um Projeto de Lei para
reestruturar o trânsito naquela área, com modificações. Era um pedido de
financiamento com o BNDES. Foi por nós aprovado, fui o Relator, mas,
infelizmente, até hoje não se sabe o destino dessa autorização, porque não se
observa nenhuma modificação na Av. Salgado Filho, e o problema cada vez se
avoluma mais.
Por
isso, restabelecendo essa verdade histórica, quero me solidarizar com V. Sa. e
dizer que eu, de certa forma, compreendo o seu desespero quando chega a
admitir, inclusive, a paralisação do trânsito daquela área de Porto Alegre,
porque toda a capacidade reivindicatória que os moradores da Av. Salgado Filho
têm desenvolvido ao longo do tempo tem-se mantido infrutífera. Eu não vou ao extremo
de pedir que V. Sa. modifique a sua opinião, mas quero dizer que sou partidário
de V. Sa. para buscarmos algumas soluções menos traumáticas que acabem por
atingir o objetivo; mas, por outro lado, desconsiderar a circunstância de que
tem havido omissão - e omissão forte - na compreensão desse problema, daí essa
justificada reação de Vossa Senhoria. Seja sempre bem-vinda e conte conosco.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós agradecemos a presença da Srª Elda
Margarida Martins Rezende de Leiva, Presidente da Associação Comunitária da
Avenida Senador Salgado Filho, e também dos outros membros da Associação. Muito
obrigada pela presença.
Passamos
às
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, companheira Verª
Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, no dia 08 de março, anualmente, nós lembramos e vivemos o Dia
Internacional de Luta das Mulheres. Dia 08 de março é o dia em que nós
comemoramos, sim, as conquistas, mas lembramos sempre a história do dia 08 de
março, porque um povo sem história, nós sabemos, é um povo que vive
desinformado, o que não é o caso, com certeza, da Cidade de Porto Alegre. Mas
nós fazemos questão sempre de relembrar o quanto de sangue foi derramado pelas
nossas mulheres na luta pela igualdade social, luta de gênero, política e
econômica.
E
um dos temas que mais é ocultado, que é deixado dentro de quatro paredes na
instância privada, é a questão da violência doméstica. Não canso de ler, aqui
na tribuna, um texto que foi discutido em Beijing, sobre a questão da violência
doméstica, que dizia (Lê.): “A violência” - ainda bem - “saiu do âmbito privado
para ser tratada como um problema da sociedade e não mais um problema só de
polícia. No Brasil, fruto das mobilizações do movimento feminista, na década de
80, a resposta dada pelo Estado, através das Delegacias de Mulheres, significou
um importante avanço no sentido de quantificar o fenômeno até então considerado
como problema de ordem privada. No entanto, a experiência demonstrou as
limitações deste instrumento, frente à complexidade do problema da violência
doméstica, exigindo novas formas de intervenção.
A
Organização Mundial da Saúde passou a classificar este tipo de violência como
um agravo à saúde da mulher, devendo as políticas públicas serem enfocadas por
este viés.
Muitas
iniciativas surgiram em todo o Brasil, como as casas-abrigo, tendo Porto Alegre
a melhor referência nacional com a Casa de Apoio Viva Maria; atendimento
psicossocial às mulheres em situação de violência; os serviços jurídicos
especializados, cuja iniciativa, no caso do Rio Grande do Sul, tem partido de
ONGs como o Jus Mulher, Themis e, mais recentemente, o Serviço Jurídico
Daniella Perez, do Comdim/POA” - Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres.
“No
entanto, a ausência ou insuficiência de políticas públicas de prevenção e
combate a todas as formas de violência que se estabelecem nas relações entre os
gêneros” - homem e mulher - “e que tem na mulher a principal vítima, fazem com
que a sociedade conviva com crimes brutais, grande parte dos quais impune.
Como
Violência de Gênero, Violência Sexista ou simplesmente Violência Contra a
Mulher, incluem-se o assédio sexual, aquele exercido nas relações hierárquicas
do trabalho, e a violência simbólica, aquela que direta ou indiretamente
realiza a sociedade e em especial os meios de comunicação ao difundir, reforçar
e manter os estereótipos sexuais, hierarquizando-os. Novas formas são desenvolvidas
utilizando-se da Internet e outras tecnologias, sofisticando os meios de
cometer violências e conviver, assim, com dramas antigos como a exploração
sexual, tráfico, entre outros.
‘A
violência de gênero é um problema mundial ligado ao poder, privilégios e
controle masculinos.’”
Pasmem,
senhoras e senhores: “Segundo documento elaborado pela Rede Mulher de Educação
com base num estudo feito pela Sociedade Mundial de Vitimologia, da Holanda,
23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica; a cada
quatro minutos uma mulher é agredida em sua casa pelo marido, companheiro ou
namorado e 70% dos crimes contra a mulher acontecem dentro das quatro paredes,
dentro da chamada família estruturada na nossa sociedade.
‘No
mundo, um a cada cinco dias de falta ao trabalho é decorrente de violência
sofrida por mulheres em suas casas, e, a cada cinco anos, a mulher perde um ano
de vida saudável, se ela sofre violência doméstica.’”
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
em Comunicações.
O SR. NEREU D'AVILA: Ilustre Presidenta desta Câmara
Municipal, Verª Margarete Moraes; demais Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras
e senhores, anuncia-se novo aumento do DMAE. Aliás, a água é tão importante que
a CNBB dedicou a sua Campanha da Fraternidade deste ano para a água, tal a sua
vitalidade; água é saúde. No ano passado, inclusive, por diversas vezes, esta
Câmara debruçou-se na importância da água, no problema da água. Pois bem, o
DMAE anuncia novo aumento da água, e as justificativas são as de praxe. Como
naquele magnífico filme que a humanidade reverencia, Casablanca, com Humphrey Bogart, Ingrid Bergmann, que todas as
gerações assistem maravilhadas, nele há uma cena em que o chefe de Polícia
chama os policiais e diz: “Prendam os suspeitos de sempre!”. Essas são as
justificativas para os aumentos, as de
sempre, só que a Administração Popular, que em tudo - e agora se verificou
com o caso Diniz - é igual às demais, traz mais esse ônus para a população. Os
pagamentos dos aumentos do funcionalismo estão suspensos, há mais de oito anos
não há nada, foi retirada a bimestralidade.
O
País está estarrecido: o candidato Lula, que prometia dez milhões de empregos,
em um ano de Administração, vê-se envolvido no escândalo do Sr. Diniz e tem, em
onze anos, a maior queda do PIB, Produto Interno Bruto: 0,2%; todos anunciavam,
Ministro da Fazenda e Governo, que ia aumentar 3% ou 4% e baixou 0,2% o PIB. O
Partido dos Trabalhadores, como sempre, com a desfaçatez que lhe é
característica, vem a lume para tentar ser o herói, nunca o vilão.
O
Sr. Fernando Rodrigues, hoje, no jornal Folha de São Paulo, contesta um artigo
do Sr. Tarso Genro, onde este refere, para minimizar a situação do Sr.
Waldomiro Diniz, que é um funcionário do terceiro escalão. Ora, este cidadão
era um dos mais poderosos homens da República! E depois refere que foi aberta a
sindicância doa a quem doer. Não,
nada disso, o Governo está empenhado para que não saia a CPI e não se averigúe,
porque se pode aprofundar. Eu acho até que a importância do Sr. José Dirceu,
que é um homem probo, até prova em contrário, não foi nada em relação a S. Exª,
só que S. Exª deu cobertura desde muitos anos a este cidadão. Então, acho que o
maior interessado na averiguação seria o Sr. José Dirceu, mas o que é que
vemos? Vemos o PT não querendo CPI! Olha, imagine-se esse filme há dois ou três
anos, o PT não querendo CPI!
A
água, que é fundamental, novamente, está sendo aumentada em Porto Alegre, toda
a palavra que o Partido dos Trabalhadores tinha como compromisso com o povo
esmoreceu. Vejam a CPMF! O candidato Lula, quando iniciou a sua última
candidatura, e o PT eram contrários à CPMF; agora já foi prorrogada, ou seja, status quo de sempre. E mais
estarrecido, o Sr. Cândido Norberto, num comentário, se eu não me engano,
sábado, às 8 horas, na Rádio Gaúcha, chamava a atenção e lia duas vezes a
notícia, porque ele estava inquieto - e ele foi Deputado por cinco ou seis
vezes -, chamava à atenção para o inusitado churrasco que houve entre o Sr.
Lula da Silva e o Diretor Internacional do FMI. Quem diria...
Abro
um parêntese, aqui, rapidamente, para homenagear - lembrei-me e não posso
deixar de homenagear, abro um parêntese e peço desculpas - o Sr. José Hugo
Mardini, que faleceu hoje. Foi Deputado muitas vezes, adversário nosso, homem
inclusive que foi da ARENA, nada disso importa, importa a pessoa, o gaúcho, o
rio-grandense que lutou pelas suas idéias, foi coerente, e eu quero
homenageá-lo. Aliás, depois, Srª Presidente, queria pedir um minuto de
silêncio, se é que já não foi pedido, em nome do PDT, em nome do Metropolitano,
do qual sou Presidente, ao Sr. José Hugo Mardini.
Encerro,
Srª Presidenta, já que o tempo venceu, para dizer que, infelizmente, então, o
filme é recorrente, não entrou no Oscar de ontem, porque já é premiado este
filme: os aumentos de que o PT é useiro e vezeiro; a água está novamente
aumentada, para infelicidade da população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra em Comunicações.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exma Srª Presidenta,
digníssimos Vereadores, o Jornalista Alexandre Garcia, da Rede Globo, foi muito
feliz em afirmar a sua decepção com o PT. O Partido levou vinte e tantos anos
pedindo e bradando por CPIs em todas as Casas Legislativas das capitais,
mormente no Planalto. Mudou o procedimento, não pede mais CPIs, impede CPIs. É
o ônus de ser Governo!
Faz-me
lembrar o diálogo entre o martelo e a bigorna. Sabem? Conhecem? Certa feita, as
coisas mudaram na ferraria, e a bigorna passou a bater no martelo.
Surpreendido, o martelo inquiriu da bigorna, que descia o malho no pobre
coitado: "O que é isso, bigorna?” E a bigorna respondeu: “É pancada, não
conhecias?” O martelo não conhecia pancada. Incrível, não é?
A
ofensiva desesperada para estancar, em todas as direções, o caso Diniz, ex-Subchefe de Assuntos
Parlamentares, homem ao comando direto do todo-poderoso José Dirceu - não
confundir com Golbery do Couto e Silva, meu amigo -, fez-me lembrar de outra
passagem, essa da caserna.
Conta-se,
a título de anedota, que certo comandante, nos tempos idos das ordens dadas e
cumpridas, quando ainda não se falava em direitos humanos, enfurecido por um
roubo na sua Unidade, lá no alojamento, do alto do seu portaló – ou seja, do alto
portaló é o comando na linha naval, e
quero fazer a figura do comandante de sua cadeira de comando -, determinou:
"Fechem o portão das armas, ninguém sai até aparecer o ladrão!" E a
Unidade entrou em recesso, com o cerceamento das liberdades justas e humanas,
até que aparecesse o gatuno, que não aparecia nunca.
As
coisas são bem parecidas. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do seu
Gabinete de comando, lá em Brasília, não fez outra coisa: repentinamente,
decidiu, com uma Medida Provisória, inviabilizar todos os bingos no País.
Fechou o portão das armas! Aumentou o desemprego; de 12 milhões empregos que
ele prometeu viabilizar no País, colocou mais 500 mil no desemprego.
Repentinamente não são mais 12 milhões, são 12 milhões e 500 mil desempregados.
Se
fez certo, prejudicando o despretensioso lazer de senhoras e senhores idosos,
claro que há sempre a maldade em todas as figuras, existem, no entremeio,
coisas lastimáveis. Mas, na verdade, eram empregos, era divertimento de
senhoras e homens idosos e que, de repente, se viram sem o que fazer. Para a
tranqüilidade da Nação? Não sei, só Deus sabe. Até lá, observamos que a
confusão é grande nas hostes petistas, que ficam aí, surpreendidas pelo
primeiro tiro de grosso calibre no costado da embarcação petista, que planejava
navegar em mar de almirante, mar calmo, sem proas! O PT não conhece política.
O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pedro Américo Leal, gostaria de fazer duas observações. A
primeira é que a questão do desemprego não pode ser invocada na questão dos
bingos, da mesma forma que nós sabemos que o tráfico é o que mais emprego dá
neste País e nem por isso nós vamos defender o tráfico. Então, eu acho que essa
questão do desemprego não pode ser usada dessa forma, nós temos de ver qual é o
tipo de atividade. A segunda observação que eu quero fazer é em relação à sua
afirmação de que o PT, antes, era a favor de CPI e agora não. O PT sempre teve
muito cuidado com relação a CPI, nós sempre encaramos a CPI de forma cautelosa,
estando ou não no Governo. Tanto é verdade que, se fôssemos irresponsáveis,
como alguns Deputados que faziam oposição ao Olívio, como o Vieira da Cunha,
nós íamos pedir uma CPI no Estado para investigar a situação da Segurança
Pública, que está um caos em todo o Estado do Rio Grande do Sul!
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: É que esta CPI...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Tempo esgotado, Ver. Pedro Américo Leal.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Para responder, esta CPI pode retornar
aqui ao Rio Grande, ela tem origens aqui. É proverbial a simpatia que o seu
Partido tem com a jogatina!
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O seu tempo está esgotado, Ver. Pedro
Américo Leal.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria Celeste solicita Licença
para Tratamento de Saúde no período de 1º de março a 03 de março.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença da Verª Maria Celeste e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes,
Presidenta desta Casa; demais Vereadoras, Vereadores, todos que nos assistem
aqui ou nas suas casas pela TVCâmara. Em primeiro lugar - na última Sessão
ainda não havia encerrado o carnaval de Porto Alegre -, eu quero parabenizar,
mais uma vez, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo grande,
extraordinário êxito que foi esse primeiro ano no sambódromo do Porto Seco.
Muitos não acreditavam na vontade política do Prefeito João Verle, da Administração
Popular, no sentido de realizar esse grande local cultural da Cidade; outros
diziam que seria um fracasso, já que era distante, e que era uma forma de
discriminar o carnaval - o que, no fundo, era uma discriminação do povo que
vive na periferia. Sendo que, o que nós vimos, Ver. Reginaldo Pujol, foi um
casamento com o povo duma população que realmente estima e gosta do carnaval,
como é a população da Zona Norte, e um grande equipamento que esta Cidade
recebeu, o qual ainda não está completo, mas que, certamente, será um grande
local.
Eu
também queria parabenizar o Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Dr. Goulart, a Verª
Maristela Maffei, a Verª Margarete Moraes, nossa Presidenta, pelo êxito da
Escola de Samba do Estado Maior da Restinga, a qual conquistou o 1º lugar no
Grupo A, passando para o Grupo Especial, e, ainda, parabenizar a nós - o Ver.
Marcelo Danéris, o Ver. Zé Valdir, a Verª Maria Celeste, que não está aqui, o
Ver. Sebastião Melo - que estivemos lá na Imperatriz Dona Leopoldina, num
honroso 4º lugar, num ano de muitas dificuldades, de muitos questionamentos dos
critérios. Mas nós podemos dizer que a nossa Escola levantou o público na
avenida naquela noite.
Queríamos
também registrar e parabenizar aqui o nosso camarada Aldo Rebelo, Ministro da
Coordenação Política, que deu uma grande contribuição ao Estado do Rio Grande
do Sul, intermediando as negociações, minha Presidenta, para que o Governo do
Estado conseguisse recursos para pagar o funcionalismo, porque se encontrava
inadimplente, ameaçando não cumprir com o pagamento. Aliás, é importante dizer
que o Governo Olívio, nos quatro anos, Ver. Renato Guimarães, nunca atrasou o
pagamento do funcionalismo. E é bom se dizer, Ver. Nereu D’Avila, que o
ex-Secretário da Fazenda, quando deixou o Governo Britto, disse, com todas as
letras, na imprensa: “Em três meses, o Governador Olívio Dutra irá atrasar o
pagamento do funcionalismo!”, e o Governador Olívio, tão criticado, durante
quatro anos honrou o décimo terceiro, honrou o pagamento em dia.
O
Governo Rigotto, já no primeiro ano, não pagou o décimo terceiro em dia,
tiveram de fazer empréstimo, e já ia atrasar. Aí, Ver. Cláudio Sebenelo, o
nosso Deputado Federal Aldo Rebelo - hoje, Ministro - deixou de lado qualquer
questão partidária, pensou no bem do Rio Grande do Sul, pensou no bem do
funcionalismo - Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Haroldo de Souza - e foi o grande
intermediário, em nível do Governo, para conseguir o pagamento de certos
recursos o mais rápido possível, para viabilizar o pagamento do funcionalismo.
Queremos com isso demonstrar que estamos num outro momento da política
nacional, momento de buscar o entendimento.
Por
fim, eu queria dizer que nós devemos raciocinar com profundidade sobre uma
coincidência, Ver. Zé Valdir. É exatamente quando a Reforma Política no Governo
Lula tornou um Ministério mais avançado - lá está mais um comunista, Aldo
Rebelo; lá está o Amir Lando, homem de esquerda dentro do PMDB -, quando houve
uma renovação, quando os sinais são da retomada do desenvolvimento neste País,
quando o País se afirma no combate à orientação neoliberal e opressora do
imperialismo, quando José Dirceu é um dos Ministros mais engajados na retomada
do crescimento econômico neste País, é neste momento que a Oposição faz uma
escalada para desestabilizar o setor progressista do Governo Lula. O ataque não
é contra o setor mais conservador da área econômica. O ataque é à política
externa e a José Dirceu, para tentar impedir uma mudança de rumo mais avançada
no Governo Lula. Isso não é por acaso, são interesses muito grandes que estão
em jogo, os interesses do capital financeiro contra uma política que vá
privilegiar o capital produtivo.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, conclua, Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Eu peço o meu tempo de Comunicação de
Líder, minha Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Em
função disso, nós queríamos ler, não sei se conseguiremos ler na totalidade, a
opinião do PCdoB, neste momento, registrada no Editorial do Vermelho, o nosso
portal na Internet, que tem o título: “Agenda positiva tem nome:
desenvolvimento e emprego!” Passo a lê-la para que conste nos Anais desta Casa.
(Lê.) “Buscando sair do imobilismo que a oposição conservadora procurou
colocá-lo, o Governo Lula anunciou algumas medidas de uma denominada agenda
positiva. É mais do que correto o Governo procurar romper o ‘cerco’ que a
oposição e grande parte da mídia lhe impuseram.
Falou-se
de reagendamento da reforma política e, de fato, o Brasil precisa aprofundar a
sua democracia. E um dos caminhos para esse propósito é o fortalecimento dos
partidos políticos. Uma reforma que aperfeiçoe o pluripartidarismo e que
rejeite qualquer iniciativa que pretenda, artificialmente, reduzir o espectro
partidário a duas ou três legendas - idéia essa, sublinhe-se, equivocada e
avessa à tradição da política brasileira.
A
Presidência da República liberou meio bilhão de reais a mais para o Programa
Bolsa-Família. Isso permitirá o acréscimo de 900 mil lares a esse programa, que
até o final de julho já estará atendendo a 4,5 milhões de famílias pobres. Tal
decisão é elogiável, sobretudo num País onde 29% da população vivem abaixo da
linha da pobreza.
Outra
decisão que merece ser respaldada é a Medida Provisória que proibiu os bingos e
as chamadas máquinas caça-níqueis. Há estudos que demonstram que a proliferação
de jogos de azar solapa, sobretudo, a renda dos menos favorecidos, além do que,
não raro, essa rede do jogo se mescla com atividades ilícitas.
Contudo,
a ampla maioria da Nação espera do Governo uma outra agenda. Uma agenda que
desencadeie o desenvolvimento e o emprego. O anuncio do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística de que em 2003 houve um recuo de 0,2% do PIB e, mais,
que o consumo das famílias caiu 3,3% e a taxa de desemprego em janeiro aumentou
para 11,7% só aumentou a expectativa e a ansiedade do povo brasileiro.
É
claro que esse recuo do PIB em grande medida decorreu do processo recessivo do
Governo FHC. Por isso, quando a oposição ataca o Governo, o faz sem nenhuma autoridade.
Para se ter uma idéia do
descompasso do crescimento econômico do Brasil em relação a países que, como
ele, estão em estágio de desenvolvimento, basta dizer, segundo dados do próprio
FMI, que a média do crescimento deles foi, em 2003, de 5%. Comparando-se
isoladamente com a Ásia, a defasagem ainda é maior, pois o crescimento médio
foi de 6,4%.
Segundo
alguns cálculos, essa marcha à ré da economia, de – 0,2%, fez o total de
desempregados crescer em 1,5 milhão em 2003. Esse aumento do desemprego, a
queda dos investimentos e do consumo, o arrocho ainda maior na renda dos
brasileiros, levaram a CNBB a alertar as autoridades do País sobre o risco do
estouro de uma ‘explosão social’. Tal alerta não é descabido. A confluência do
aumento do desemprego e a queda do consumo, inclusive de alimentos, sustentam
de modo plausível essa advertência”.
Não
terei tempo de ler todo o documento da direção do PCdoB, mas nós queremos dizer
que a postura do PCdoB é no sentido de que é chegada a hora de o Brasil retomar
o desenvolvimento, de que é preciso enfrentar as políticas conservadoras
concentradas no Ministério da Fazenda e levar adiante a tão falada retomada do
desenvolvimento, que passa pela redução dos juros e passa pela retomada do
desenvolvimento. Essa é a posição do PCdoB e dos setores progressistas do
Governo Lula, essa é a posição do Ministro José Dirceu, e por isso os ataques
dos setores conservadores aos setores progressistas do Governo Lula. Nós temos
certeza de que a herança trágica do Governo FHC e dos anos de neoliberalismo
será enfrentada e vencida pelo Governo Lula. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, enquanto
o Presidente Lula recebe hoje, com churrasco, o FMI, enquanto eles mandam
embora a Ford daqui do Rio Grande do Sul, enquanto eles não permitem nem o
Porto dos Casais que ofereceria 2,5 mil empregos diretos na Cidade de Porto
Alegre, eles não podem falar em desemprego, eles estão proibidos de falar em
desemprego e muito mais, em desenvolvimento.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)
Eles
adoram vinho chileno, tudo bem! Nós também.
Anunciaram,
no início de 2003, um crescimento de 3,5%. Começaram com 4,5%, passaram para
3,5%, depois foram para 3%, depois para 2%, depois para 0,5%, para 0,2% e
chegou-se à cifra de menos 0,2%.
Eu
gostaria de ler um trecho de um artigo que diz que não houve crescimento de
0,5%, nem de 0,2%, mas de zero para baixo: menos 0,2%. (Lê.) “Da equipe
econômica que levou a esse resultado miserável, depois de imaginar que cortaria
mais o anêmico Orçamento, pagaria o maior volume de juros” - da história - “e,
ainda assim, produziria ‘crescimento de 3 a 3,5%’, não se precisa dizer muito.
Eis o suficiente: a política econômica” - brasileira - “está entregue a
incompetentes e irresponsáveis.
Em
um país com tamanha massa de pobreza, desemprego em crescimento incessante,
favelas e falta de saneamento por toda parte, estradas em ruínas, filas
infinitas desde a madrugada nos hospitais e postos de saúde - neste país assim
o desempenho do Governo Lula define-se em uma palavra: vergonhoso.
No
primeiro ano do Governo Lula o ganho das famílias diminuiu, o consumo geral
diminuiu enquanto a população cresceu, a possibilidade de emprego diminuiu
enquanto mais dois milhões de jovens chegaram à idade de trabalho, o ganho do
trabalhador diminuiu 6,6% na comparação janeiro a janeiro, os investimentos
diretos, mas os bancos obtiveram os maiores lucros. Vergonhoso.
Está
chegando aí o Diretor do FMI, Horst Köhler. Vem a convite de Lula” - para um
churrasquinho - “que quer pedir algum afrouxamento nas exigências do Fundo,
para evitar pressões políticas decorrentes da política econômica. Saudosos os
tempos em que o FMI era o problema. Hoje o problema está em outro lugar, está
aqui dentro.
Outro:
o ‘braço direito’ de José Dirceu, no Gabinete Civil, nunca foi Waldomiro Diniz,
como tem sido publicado. Chama-se Marcelo Sereno, por cujo crivo passam, entre
outras coisas, todas as nomeações. Pois é esse Marcelo Sereno que deverá sair
também, proximamente, do Gabinete Civil. E não só daí, mas do Governo. A
decisão da saída foi tomada no final de semana.”
Isso
quem escreve é um dos ideólogos do Ver. Juarez Pinheiro, que mais de cem vezes,
durante o Governo Fernando Henrique, trouxe para cá as idéias de Janio de
Freitas, o cronista mais lido da Cidade de São Paulo, uma das maiores
autoridades em economia e política, é especializado.
Por
isso, eu quero dizer que essa quase ingenuidade do Ver. Raul Carrion, falando
em desemprego e desenvolvimento, certamente não faz par com as proibições do
Partido dos Trabalhadores, seja no Governo do Estado, mandando embora a Ford,
seja no Governo do Município, impedindo, inclusive, o desenvolvimento do Porto
dos Casais. Já que a Prefeitura não tem dinheiro para fazer o Projeto, então
vamos passar para a iniciativa privada, para oferecer, no mínimo, 2,5 mil
empregos diretos. E o que nós estamos vendo? Estamos vendo o pedido do Ver.
Raul Carrion para que se comece emprego e desenvolvimento. Não basta só pedir,
deve haver uma vontade política, coisa para a qual há muito tempo o Partido dos
Trabalhadores se mostra completamente inapetente. E como diz Janio de Freitas:
vergonhoso!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho aqui o Jornal do Comércio com uma
manchete escancarada: “Lula pede ao FMI mais liberdade na política econômica”.
Nós sabemos que, neste último fim de semana, a Granja do Torto foi palco de um
insólito acontecimento: o Presidente da República oferecendo um churrasco ao
dirigente do Fundo Monetário Internacional. Isso acontece num País cujo
dirigente maior da Nação é um cidadão que, por quatro vezes seguida, buscou a
Presidência da República e que tinha, no seu discurso, Ver. Elói Guimarães,
como fundamento básico, a reação à intromissão do Fundo Monetário Internacional
no País. Fundo esse, Ver. Pedro Américo Leal, cuja receita, aplicada em vários
lugares do mundo, não deu certo em lugar nenhum.
O
PT, de forma muito espontânea, escancarou essa verdade para o País por longo
tempo. Acho até que contaminou o próprio ex-Presidente Fernando Henrique
Cardoso, que sempre teve muita reserva no relacionamento do País com o Fundo
Monetário Internacional, a ponto de jamais se ter submetido aos índices
exigidos pelo Banco, muito menores do que aqueles que hoje, espontaneamente,
são oferecidos em termos de produção de superávit primário a fim de pagamento
de contas externas, e que, mesmo sendo extremamente inferiores - cerca de 40%
inferiores -, jamais foram satisfeitos na integralidade. Hoje, nós vivemos esse
quadro no País; um quadro, Ver. Haroldo de Souza, extremamente complicado.
Eu
recebi do ilustre Ver. Raul Carrion o seu pronunciamento: “Agenda positiva tem nome:
desenvolvimento e emprego.” Editorial do Vermelho. Leio alguns trechos,
exatamente do Partido Comunista do Brasil, que tem dois Ministérios no Governo
Lula, entre os quais o Ministro da articulação política. Agora vamos ver a
articulação, como é que funciona. Diz o Editorial do Vermelho (Lê.): “Contudo,
a ampla maioria da Nação espera do Governo uma outra agenda. Uma agenda que
desencadeie o desenvolvimento e o emprego. O anúncio do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística de que em 2003 houve um recuo de 0,2% do PIB e, mais,
que o consumo das famílias caiu 3,3% e a taxa de desemprego em janeiro aumentou
11,7% só aumentou a expectativa e a ansiedade do povo brasileiro.” Segue, Ver.
Sebastião Melo: “Para se ter uma idéia do descompasso do crescimento econômico
do Brasil em relação a países que, como ele, estão em estágio de
desenvolvimento, basta dizer, segundo dados do próprio FMI, que a média de
crescimento deles foi, em 2003, de 5%. Comparando-se isoladamente com a Ásia, a
defasagem ainda é maior, pois o crescimento médio foi de 6,4%.” Segue: “Segundo
alguns cálculos, essa marcha ré da economia...fez o total de desempregados
crescer em 1,5 milhão...” e tudo o mais o que nós sabemos.
Mas isso aqui dito pelo
Pujol, dito pelo Ver. Pedro Américo Leal, esses
reacionários que apoiaram a Revolução de 64... Dito por nós, ah, isso aqui
seria uma barbaridade. Mas é dito pelo Líder do Partido Comunista do Brasil,
que reconhece, essa é a verdade. Isso é um desgoverno, não é mais governo. É um
desgoverno! No início do ano, o Senador Jorge Bornhauser disse à Nação que o PT
só tinha projetos de poder, não tinha projetos de Governo. Hoje, são os seus
aliados que estão reconhecendo. Este Governo não tem projeto de Governo! Este
Governo não tem política econômica! Copia, e copia muito mal a política do
Fernando Henrique, e executa pior ainda! Este Governo enganou, bateu a carteira
da Nação! Vendeu nabos e entregou rabanetes. Vendeu belos morangos e entregou
abóboras.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, conclua, Ver. Reginaldo
Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Vou concluir, Srª Presidente, porque o
meu tempo é bem mais curto do que o do Partido Comunista do Brasil.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não é verdade. O senhor está sendo
injusto.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não com V. Exª, mas com aqueles que me
antecederam, que usaram e abusaram de usar deste microfone, pregando a
derrubada do Governo. Tem de derrubar este Governo, este Governo não tem plano,
não tem política econômica; copia errado o que os outros fazem. E eu vou
proibir vocês de dizer que este Governo é neoliberal. Vou proibir! É uma ofensa
aos neoliberais, eles não são tão incapazes assim.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra
em Comunicações.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, claro que cabe a cada Bancada, nesta Casa,
destacar o debate que o foco da agenda política pode constituir e está expondo.
Mas vejo que há um total esfriamento, Ver. Raul Carrion, da agenda política do
Estado do Rio Grande do Sul. Dos fatos importantes da Cidade de Porto Alegre
ninguém fala, ninguém veio a esta tribuna para falar de carnaval ou, se veio,
foi para fazer um elogio tímido da parte da Oposição, porque nós tivemos um
evento vitorioso, exemplar, no carnaval desta Cidade.
Em
relação à agenda do Estado ninguém fala que o Governo, que apresentou uma
proposta de um coração unificado, revitalizado, batendo pelos rio-grandenses, é
um coração rachado hoje, é um coração que coloca, de um lado, as desculpas do
setor fazendário do Governo e, de outro lado, os servidores públicos, que
tiveram de financiar o seu décimo terceiro e que, para ter o salário pago
agora, tiveram de ter o apoio do aqui tão combatido Governo Lula. Eu acho
gozado que ninguém fala aqui, nesta tribuna, ninguém traz o debate para esta
tribuna, do projeto do coração rachado.
E
eu peguei algumas coisas. Ver. Pedro Américo Leal, os dados que saem - até
estão saindo alguns dados da área da Segurança Pública - mostram o total
desgoverno nessa área, a total incompetência do Secretário de Segurança
Pública, que só sabe dar desculpas, mas que é do Partido do Ver. Pedro Américo
Leal, que entende de segurança pública, mas ninguém vem a esta tribuna para
debater sobre Segurança Pública. Inclusive, se alguns Vereadores desta Casa
fizessem a barba, sairia serragem, porque, quando tratam de um assunto,
conseguem desviar totalmente; 30% é o corte, os dados mostram, 30% é o corte no
Orçamento da Segurança Pública neste Estado, que se promoveu no ano de 2003.
Pouco se fala disso.
Esse
dias, eu estava lendo uma matéria sobre a área da Saúde, da Comissão de Saúde
desta Casa, e pergunto: buenas, mas
há fila na área da Saúde no Governo do Estado, no setor de medicamentos
especiais? Há uma fila de seis meses; existem pessoas que esperam medicamento
especial há seis meses. De um lado, o coração daquele monte de mártires na área
da Saúde; de outro lado, o coração rachado de dezenas de milhares de pessoas na
fila esperando medicamento especial. Mas cadê a política de Saúde? Cadê? Da
Assistência Social, o Governo conseguiu cortar dos 36 milhões orçados, o
Programa Primeiro Emprego e diz que falta dinheiro, mas mandou esse dinheiro
para onde? Na área da Reforma Agrária, Ver. Zé Valdir, são 26 milhões
não-executados do Orçamento de 52 milhões, no ano de 2003. Ver. Sebastião Melo,
para onde está indo esse dinheiro, se está faltando dinheiro para pagar os
servidores?
Então,
eu acho que precisa haver um pouco mais de seriedade para fazer esse debate
aqui na Casa. Vereadores que defendem o Governo Rigotto, o Governo não é mais
daquele coração sadio, é o Governo, sim, do coração que começa a ficar com
problemas sérios de saúde e tem de ser explicado aqui de cima desta tribuna.
E
eu gostaria de colocar aqui - depois vou dar um aparte ao Ver. Pedro Américo
Leal - que, com certeza, o jornalista Janio de Freitas esqueceu de escrever na
sua matéria que oito anos de Governo FHC colocaram este País na escuridão, no
sucateamento total. E o ano passado só não foi pior, no ano de 2003 os
indicadores só não foram piores, porque teve ação, teve Governo, teve projeto e
teve povo sim; teve povo que defendeu isso, porque senão seria muito pior,
porque os oito anos de Fernando Henrique Cardoso não foram anos de churrascos
com o FMI, foram anos de sustentar os banqueiros lá de cima do FMI com caviar.
Então, por favor, cuidado, porque senão, no fazer a barba, além de cair
serragem - que é um problema sério -, também pode haver o problema de o povo
que está nos assistindo flagrar-se e também pode haver o problema de deixar
cair a máscara. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Estou chegando ao estilo Pedro Américo
Leal, não é possível que o meu Governador faça reunião e recomende que nós
tenhamos uma política de boa vizinhança, e a Bancada do PT venha aqui, e o que
é? Aí não dá para entender, não! Decididamente, não dá para entender esse tipo
de coisa. Pensa-se que o caso está sendo esquecido! Não! Ele não está sendo
esquecido! Nem sambódromo faz esquecer não! Nem ajuda do Governo Federal para
pagar a folha de pagamento do Rio Grande do Sul. O povo brasileiro quer
providências, sim, a respeito dos últimos acontecimentos! Não é possível que as
coisas negativas que rolam por aí, no Governo Federal, fiquem por isso mesmo.
Não é possível. Ninguém quer o Brasil parado, ele já está parado com isso aí.
Queremos é saber que cara mesmo tem este Brasil do PT, que cara tem o Brasil do
PT, só isso. É o mínimo! Afinal a gente vive aqui, trabalha aqui, temos os
nossos direitos de cidadão, ou não temos? Saber que cara tem o meu País é o mínimo
que eu exijo do Governo!
Se
alguém realmente errou, precisa ser responsabilizado. Não podemos ter um
superministro tão descuidado assim, empregando um cidadão que tem ficha na
Polícia. É sacanagem! Pois, quando empregamos alguém, a gente vê a folha policial,
e ele nem isso viu. Agora, o Waldomiro Diniz não precisou de ficha, ele é
companheiro de Zé Dirceu, eles moraram juntos em Brasília! O relacionamento
entre duas pessoas que dividem uma mesma casa é sério. Tudo o que acontece com
um o outro sabe. Para dividir uma casa, o lar da gente, precisamos conhecer bem
a pessoa. É ou não é?! Pois o Waldomiro Diniz morou com o Zé Dirceu e são
amigos, sim. E eu disse aqui que não vejo culpa em Zé Dirceu, ainda, mas
preciso esclarecer Waldomiro Diniz. Mas ele não poderia estar exercendo aquele
cargo e, muito menos, ter sido beneficiado, nos últimos anos, com cargos
importantes do Partido dos Trabalhadores. Mesmo não sendo filiado, Waldomiro
Diniz trabalhou para o PT e estamos conversados.
Falam
que quem quer a CPI quer também desestabilizar o País com a saída de Zé Dirceu.
Mas será que o PT tem só o Dirceu? Então, afastem o superministro e nomeiem
outro até que apurem os fatos. A prepotência não pode ser maior do que a
sensatez, pelo menos uma vez. Se o Partido dos Trabalhadores não tem mais gente
com capacidade para o lugar do Zé Dirceu, que fale com os seus Partidos de
apoio, ou façam concurso público, o diabo, não sei! O que tem de brasileiro
inteligente, capacitado por aí... São milhares. Mas eles não estão na política.
O PT tem de parar de empurrar as CPIs; não fica bem para o histórico do
Partido. Um Partido que, no dia em que foi criado, teve um apoio de 78% das
camadas da sociedade no ABC. Eu acompanhei com real interesse o nascimento
deste Partido, eu quase fui militante. Fiquei no quase. Um Partido que durante
tantos anos deu tanta sustentação para o moral, para a ética da política, mas
foi o campeão de acusações em CPIs no Congresso, nas Assembléias e nas Câmaras
Municipais não pode se negar à experiência de CPIs. Muitos de vocês diziam que
a transparência da política surge e acaba numa CPI. Digam e façam agora. O povo
brasileiro está desiludido com todos nós que fazemos política. Porque nessas
alianças que fazem, misturam-se todos e vai ficando cada vez mais difícil
defender pontos de vista. O povo brasileiro vai ficando arredio da causa. E
para recuperá-lo, precisamos, sim, dar facilidades para que aconteçam Comissões
Parlamentares de Inquérito. Por que não CPI para a Saúde? Por que não CPI de
Waldomiro Diniz?
E
para encerrar, esse novo aumento de 5,5% da tarifa de água em discussão,
canetaço, não passou por aqui; eu sei que não passa, mas deveria passar. Não
pode meia dúzia decidir pelo aumento da água e estamos conversados. Isso para
mim, cheira: primeiro, a ditadura: faço e não dou satisfações; segundo,
reinado: precisamos atender a ordem do rei, precisamos pedir com urgência
aumentos de tarifas e de serviços públicos - passem pelo conhecimento dessa
Casa. Assaltam o povo, e os seus representantes não têm decisão de poder, de
voto, absolutamente nada.
E,
Ver. Zé Valdir, não se pode comparar funcionário que vende maconha com
funcionário que vende cartela de bingo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Darci Campani está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.
O SR. DARCI CAMPANI: Cara Presidenta da nossa Casa, demais
Vereadores, para nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, da Bancada da
Frente Popular, é bastante transparente a nossa posição, bastante clara em
relação a toda a discussão que alguns Vereadores trazem aqui sobre o nosso
cenário nacional. Vereadores que, quando estavam no Governo Federal, acusavam
os Vereadores da Bancada popular, que tentavam federalizar seus mandatos, agora
fazem o contrário, porque agora nós estamos no Governo Federal e eles não falam
mais de Porto Alegre, não falam mais do Rio Grande do Sul, não falam de mais
nada, só falam do Governo Federal, onde houve somente um caso de denúncia e
que, prontamente, o Presidente da República colocou à disposição toda a
estrutura do Governo para que o caso fosse apurado.
A
discussão da CPI... nós estamos sendo acusados de chamarmos CPI em todos os
cantos, agora, eles não listam quantas CPIs foram feitas pelo PT e quantas CPIs
foram feitas por outros Partidos contra o próprio FHC. Nós, do PT, não
estávamos lá batendo no FHC sozinhos. Os companheiros do PDT, não sei, estão
tão quietos, parece que não lembram mais dos seus anos de combate à política FHC;
eles também estavam lá com a gente, na oposição à política do neoliberalismo,
apregoada pelo Fernando Henrique Cardoso, em seus oito anos de Governo.
Agradeço
ao Ver. Reginaldo Pujol por ter deixado aqui, na tribuna, o jornal onde diz:
“Lula pede ao FMI mais liberdade na política econômica” - essa é a nossa
diferença em relação a Fernando Henrique Cardoso. Essa manchete jamais estaria
no jornal se estivéssemos no Governo Fernando Henrique Cardoso. Fernando
Henrique, em seus oito anos de Governo, se submeteu a toda a política do FMI;
jamais nós iríamos ao FMI para a discussão de maior autonomia do Brasil na
política econômica. Durante oito anos aplicaram um modelo de submissão.
E
chamar de insólito acontecimento
quando se recebe um dirigente do FMI para jantar, numa das visitas que é
regularmente feita ao Brasil... Creio que o Presidente Fernando Henrique
Cardoso deva ter jantado várias vezes com os representantes do FMI aqui, no
Brasil, e nunca o Ver. Pujol chamou isso de algo insólito - receber a figura do
FMI para negociar. Só que a nossa negociação é outra: é no sentido de autonomia
do Brasil, da política econômica que estamos implantando, com muita
dificuldade, como disseram o Ver. Renato Guimarães e outros que nos antecederam
na tribuna, no sentido de que o Brasil não agüentaria mais quatro anos de
Governo Serra. Foram oito anos de enterro com o Governo Fernando Henrique
Cardoso: pagando a dívida externa, pagando juros. Com mais quatro anos de
Governo Serra, teríamos o caos, não seria um PIB de -0,2, mas um PIB de -2%,
-3%, -4%.
Porque
a política está sofrendo alteração, uma alteração a qual ninguém vendeu a
ilusão de que seria da noite para o dia. O PT já é um Partido maduro, já tem
condições de dizer, já administrou várias Cidades, vários Estados e sabe que a
alteração da política, principalmente na área econômica, tem de ter uma
transição, e a transição foi no ano passado, no ano de 2003. Este é o ano em
que se começa a implantar o nosso projeto de gestão. Foi assim na Prefeitura em
Porto Alegre, no primeiro ano nós fechamos só pagando a folha de pagamento e
não conseguimos fazer nada por causa da herança que recebemos do PDT.
E,
por um acaso, o Ver. Reginaldo Pujol lembrou que foi ele que iniciou o projeto
de integração do transporte na Zona Leste, que foi o Governo do hoje Vereador,
antes Prefeito, João Dib que continuou a integração do transporte na Zona
Leste. Eu era vinculado lá à Faculdade de Agronomia, usuário dessa integração e
era muito bom. Mas foi o Governo Collares que arrasou com aquela integração,
foi ele que acabou. Desse dado o Ver. Reginaldo Pujol se esquece, porque hoje o
Collares está seu aliado, está montando, em nível de Brasil, a grande coligação
trabalhista liberal para as eleições, e aí ele se esquece de que foi o Collares
que acabou com uma coisa que era boa para a população. E o estrago do Governo
Collares nesta Cidade foi tão grande que não se conseguiu mais fazer na Zona
Leste uma integração de transporte, tendo que ir um monte de ônibus para a Av.
Salgado Filho, lá para o Mercado Público, porque ele administrou tão mal esta
Cidade que, infelizmente, inviabilizou propostas que eram boas, e que nós
estamos reimplantando com a integração da Zona Norte. Lá nós estamos
implantando a integração.
Então,
volto à tese de que existem dois mundos aqui e parece que não estão se
encontrando ali fora; um mundo que a Oposição vê, que está terra arrasada ali
fora, e um mundo em que nós, da Situação, estamos vendo e estamos encontrando
dificuldades na Administração Federal pelos oito anos de herança do FHC. Mas
este é o ano em que começamos a administrar o Brasil tirando o legado de FHC.
Espero que o Governador Rigotto faça a mesma coisa, comece a administrar o
Estado do Rio Grande do Sul não deixando as culpas só para o Governo Olívio.
Agora é o ano de Governo. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de entrarmos na Ordem do Dia, eu
quero responder a um questionamento do Ver. João Antonio Dib, do dia 19 de
fevereiro de 2004, sobre a tramitação do Processo nº 3162, que altera o Código
de Limpeza Urbana. Eu consultei a Diretoria Legislativa e tenho como resposta
que o Projeto cumpriu a tramitação prevista no Regimento deste Legislativo, que
prevê para a espécie parecer das Comissões Permanentes, nos termos do art. 102.
São
submetidas a parecer da Comissão Especial as seguintes matérias: Projeto de
Emenda à Lei Orgânica, Projeto de alteração do Regimento e matéria considerada
pelo Plenário como relevante ou excepcional. A apresentação de emendas é da
natureza do processo legislativo, Ver. João Antonio Dib, não havendo limites
para a sua apresentação até o momento da Ordem do Dia.
Bem,
a complexidade de que a matéria se reveste, potencializada pela apresentação
das 51 Emendas, não determina qualquer alteração na tramitação do Projeto. Por
se tratar de alteração a Código já instituído e em vigência há mais de dez
anos, não incide o disposto no art. 76 da Lei Orgânica do Município, embora a
matéria tenha sido submetida à ampla discussão nesta Casa, desde a sua
apresentação em 2001, nos termos já informados pelo Ver. Darci Campani. Mesmo
assim, Vereador, em consideração ao seu Requerimento, eu solicitei à DL, até
por uma medida de bom-senso, que organize as Emendas sem descaracterizá-las,
mas que possa apresentá-las de uma maneira mais sintética.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu sou grato, Srª Presidenta. Eu acredito
que, se nós tivermos uma grade capaz de mostrar as diferenças de 51 Emendas e
mais de 50 alterações nos artigos propostos pelo Executivo, talvez a Câmara
possa, realmente, votar com tranqüilidade e com responsabilidade. Muito
obrigado, Srª Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu assisti a uma declaração do Presidente da Câmara Federal,
Deputado João Paulo Cunha, que, se não assistisse, duvidaria da informação que
alguém me passasse sobre a mesma. Disse o Presidente, com uma ingenuidade, Ver.
Pedro Américo Leal, eu diria até caipira, uma ingenuidade pura: "Para que
CPI? Para que investigação, se o Presidente da República já fechou os bingos?”
É aí que se coloca toda uma estratégia, extremamente competente no campo político
por parte do Governo, do Presidente da República, que retira o fato que detona
toda esta crise e transfere para uma situação onde há uma profunda
controvérsia. Então, entram os moralistas, entra a Igreja, entra esse e aquele,
e passam a discutir a questão do jogo, a questão política do jogo, a questão
religiosa do jogo, etc. e tal. Exatamente isso! Nunca se falou tanto, neste
País, em bingo, como agora. Todo o noticiário está concentrado no bingo,
enquanto que o problema que detonou toda a crise está sob uma intensa capa,
incluindo a classe política e a própria mídia. Então, vejam, Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, a competência do Governo para desviar a atenção
sobre um fato fundamental! É aquilo que nós muito usamos aqui no Rio Grande do
Sul, o pássaro-símbolo do pampa, que é o quero-quero. O quero-quero canta na
coxilha e coloca o ovo distante. Ele canta lá no outro lado, exatamente para
desviar, retirar as atenções.
Por
outro lado, o que nós estamos vendo no Congresso Nacional? Não se tem notícia na
história republicana, nem da Velha República, da 2ª República e dos nossos
tempos, dessa docilidade do Congresso Nacional como estamos vendo hoje. Até
poder-se-ia dizer que a diferença entre o Waldomiro Diniz e o PC Farias é
quantitativa, é de grau.
Então
Srª Presidenta e Srs. Vereadores, o que tínhamos de fazer, e tem de ser feito,
é a investigação, até para que se possa sanar, por assim dizer, todas as
inter-relações com esse episódio, sob pena de a Nação viver sob o sufoco
absoluto da moralidade pública, que ora está sendo questionada, cujo silêncio
se negocia por todos os meios e formas. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta da Câmara de Vereadores,
Verª Margarete Moraes; queridas Vereadoras, Srs. Vereadores, que momento de
afirmação política se vive, que momento de certificação da falta de
beatificação das pessoas que se diziam imaculadas! Por que vir aqui fazer tanto
a defesa do Governo Federal? Por que vir aqui atacar o melhor Governo da
História recente do Rio Grande do Sul, que foi o Governo Collares, um dos
melhores Governos, até hoje? Ou querem comparar com algum outro? Ou querem
comparar com o outro mais recente? Não poderão, porque são medidas diferentes,
e não se somam bananas com maçãs!
Temos
é de nos preocupar com o nosso Município, acima de tudo, temos de cantar a
nossa aldeia, e com muito cuidado para sermos universais. Para que buscar
universalidade em outro ponto, quando as coisas estão fervendo, como na Vila
Laranjeiras? O que o Governo Municipal está fazendo com a Vila Laranjeiras é um
verdadeiro acinte contra a saúde dos povos - acinte contra a saúde dos povos!
Lá, onde existem casas bem postas, terrenos bem divididos, trabalhadores que
chegam em casa com esperança, depois de um dia de trabalhado, existe esgoto a
céu aberto! Esgoto com mosquitama, com excrementos boiando em cima das
secreções que sobrenadam os riachos! E o que acontece quando chove, senhores?
Quando chove, alaga absolutamente a região da Vila Laranjeiras e adentra
aqueles grumos fecais em líquidos, por dentro, por baixo das portas, para
dentro das casas! Sabem onde é isso? É ali no eixo da Av. Balzatar de Oliveira
Garcia. Sabe onde é que é isso? É Porto Alegre! Sabe de quem é a
responsabilidade? É nossa responsabilidade, de Vereadores e de Executivo! “O
que o senhor fez, Vereador? Peguei pela mão os responsáveis e lá levei junto
com a comunidade!” Promessas! Agora, que vocês prometam para o público e não
cumpram é uma coisa, mas não prometam para político, porque ele cobra, porque
político faz crescer essa verdadeira inobservância que se tem contra o povo.
Ah,
a CEEE, do outro lado, também se esquece disso! Lá existem fios que vão causar
um incêndio, e, se causarem um incêndio depois de tudo que fizemos, de tudo que
procuramos, só resta a cadeia! Se morrer alguém, alguém vai ter de ser
responsabilizado e preso, porque nós estamos dizendo: é muito fio correndo, um fio
encostado no outro, qualquer temporal dá fagulhas lá, vai causar um incêndio a
qualquer hora dessas, e vocês não vão nos ouvir!
Ah,
o povo de lá juntou uns trocados, uns dinheirinhos e quer ajudar na
pavimentação comunitária da principal via da Vila Laranjeiras, quer dar um
pouco do seu parco dinheirinho de trabalhadores! Mas não sai nunca o projeto,
não fazem nunca! E a poeira adentra nas casas e suja as roupas de cama, suja a
roupa das crianças, suja a roupa dos bebês. Mas o que é isso?! Os povos têm de,
minimamente, ser defendidos pelos seus Governos constituídos! Como é que nós
vamos viver em Porto Alegre como se nós estivéssemos vivendo lá no fim do
Nordeste, que nem Governo tem! Que nem Prefeito tem! Há lá um coronel que tem a sua casa abastada com ar-condicionado;
e a sua vizinhança está lá a sofrer. Mas Porto Alegre, não! Porto Alegre, não!
Vila
Laranjeiras precisa de uma solução, e breve, porque está sendo poluída, as
pessoas estão adoecendo! Onde estão os direitos humanos? Estão esperando facadas,
tiros para se resolver? Onde estão os direitos humanos, que se grita tanto e se
apregoa tanto? Nós estamos aqui para defender a Vila Laranjeiras. Não é do meu
costume fazer isso, mas me horrorizei, quando convidado pela comunidade, que
aqui esteve virada de costas para o Poder Executivo. Toda a Vila aqui virada de
costas para dizer: "Help!
Socorro, nós estamos sofrendo!" O que se fazer? Vereadores, ajudem-me!
Precisamos socorrê-los e devem existir tantas outras vilas assim... Agora, quem
me ouvir há de achar: "Aqui na minha vila também é assim!" Quando nós
pegamos o poder é para ajudar as pessoas que nos elegeram. Quando nós pegamos o
poder é para ajudar o povo!
Chega
de material poluente dentro das casas quando chove, quando enche de água! Chega
de poeira dentro das casas! E cuidado com a CEEE! Porque, se houver um incêndio
lá, alguém tem de ser preso, alguém vai ter de ir para a cadeia, porque isso
está sendo dito há muito tempo!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Srª Presidenta, frente à manifestação de
V. Exª quanto ao Código de Limpeza Urbana, nós, na primeira reunião que tivemos
na nossa Comissão, tendo sido o Ver. Beto Moesch o Relator-Geral dessa matéria,
propusemos - e foi aprovado - para que, no dia 09, se faça um grande debate
dessa matéria com as entidades afins. Portanto, o apelo que eu queria fazer
frente à resposta do Ver. João Antonio Dib é que nós pudéssemos analisar essa
matéria logo após esse debate, porque muitas Emendas vieram, e aquelas
entidades, que participaram daquele debate, acabaram não se apropriando dessas
Emendas. Portanto, para o bem e para uma melhor votação e encaminhamento, que
haja esse debate antes de se colocar em votação.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Presidência acolhe a sua proposta, Ver.
Sebastião Melo.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, distinta Verª Margarete
Moraes; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, o Ver. Renato Guimarães
instou-me a trazer à tona o porquê, Ver. Ervino Besson, dessa situação
financeira do Rio Grande do Sul, porque senão, daqui um pouquinho, os
desavisados vão achar que o Governo Federal está fazendo algum favor ao Rio
Grande do Sul.
Aqueles
que militam na política, Ver. João Antonio Dib, aqueles que não têm memória
curta, não podem esquecer que, quando o Olívio Dutra deixou o Governo, ele
deixou um rombo de quatro bilhões e meio de reais no caixa único. Mas não foi
só isso, o Sr. Governador Olívio Dutra, homem que tem afinidade com o jogo do
bicho, deixou mais do que isso, ele antecipou a Receita - que era do nosso
Governo - de janeiro. Mas não foi só isso, Ver. Pedro Américo Leal, ele foi lá
e entregou a preço vil, estadualizando as estradas federais, para poder botar
dinheiro no caixa a fim de poder pagar os seus últimos atos de Governo. Ou
alguém está com falta de memória e não se lembra de que foi este Governo do
Germano Rigotto que pagou mais de 800 milhões de reais, que nem sequer empenho
tinha? Então, por favor, não venha dizer; de um lado, a herança maldita deixada
por esse Governo, que eu já disse: depois que o PT governa, o sujeito não pode
ser advogado, não pode ser administrador, ele tem de ser arqueólogo, porque ele
deixa a máquina pública em ruína!
E
foi o que deixou no Estado. Sabe quanto o Rio Grande tem para receber, Ver.
Haroldo de Souza? Dois bilhões e setecentos mil reais. Eu vou dizer na tribuna
aquilo que tenho dito lá na reunião da executiva partidária, eu vou dizer aqui
uma coisa que não disse em público ainda: se dependesse do meu apoio, do meu
voto e da minha posição política, o dia em que o Rigotto assumiu o Governo, ele
tinha de ter mostrado as contas do Olívio! Não fez. E, hoje, o Sr. Olívio Dutra
está passando incólume, não é? Porque tudo isso que está aí é fruto do Governo
anterior. Essa é a realidade nua e crua!
Agora,
eu vou enveredar um pouquinho, Ver. João Antonio Dib, eu diria o seguinte: até
o momento, o medo venceu a esperança, não é a esperança que venceu o medo.
Olha, eu vou dizer uma coisa para vocês, eu estou na militância política há 27
anos, muitos Partidos precisaram chegar ao poder para se corromper e muitos se
corromperam. O PT se corrompeu antes de chegar ao poder central, esta é a
grande verdade. Esta é a grande verdade! Então, eu vejo, de um lado, aquela
cena triste para quem milita na advocacia: “Olha, eu fui pego lá com a boca na
botija, então, eu vou dedar alguém.” Quer dizer, vão fazer uma CPI para
investigar todo o mundo, porque eu também sou ladrão, então, vamos botar todos
os ladrões na cadeia. Que cena triste que estamos presenciando!
Olha,
eu acho que Partido político, Srª Presidenta, não é clube de santo, há
problemas em todos os lugares - existem no PT, no PMDB, no PDT. Agora, esse
vestal que o PT fez ao longo desses anos, jogando pedra em gente honesta,
correta, e, hoje, o que a gente vê, Ver. João Bosco Vaz, é essa aliança
maléfica para o País, porque é uma aliança com os setores mais atrasados. Hoje,
quem manda mais neste País não é o Presidente Lula, e sim o Senador José
Sarney! Hoje, quem manda mais neste País não é o Presidente Lula!
Eu
quero dizer aqui para vocês, meus amigos, Srs. Vereadores, que essa CPI não
sairá, Ver. Haroldo de Souza. Olha, eu acho que não é motivo para sorriso ou
para galhofa. O povo está passando fome na rua! A miséria está batendo na porta
das pessoas, e a Bancada do Governo debochando do povo! Esse é o maior
desemprego desde 1992! Este País cresceu zero por cento! O povo está passando
fome, e a gente vê as negociatas no Congresso Nacional, distribuindo cargos,
oferecendo emendas! Que tristeza! Que mar de lama vive este País! Tristemente,
lamentavelmente. Eu acho que este País ainda tem jeito. Mas cá para nós,
Presidenta, quem não deve não teme investigação. Há caroço nesse angu. Por que o medo da investigação? Ninguém está
fazendo acusação por antecipação ao Ministro José Dirceu. Mas por que não fazer
a CPI? Olha só o PT, quem te viu, quem te vê. Faz o discurso para os pequenos,
mas está governando de mãos dadas com o FMI, com a banqueirada. Nesses últimos dez anos, a maior lucratividade que os
bancos tiveram neste País foi sob o Governo do Partido dos Trabalhadores! Isso
é uma barbaridade, é um acinte com a nossa gente sofrida, seja do Norte, do Sul
ou do Centro-Oeste do nosso País. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Verª Margarete Moraes, Presidenta desta
Casa; demais Vereadores e Vereadoras, tive o cuidado de recortar, de buscar num
arquivo, um artigo do então Governador Antônio Britto, para entendermos como é
que nós chegamos nessa dívida. Veja bem, Ver. Sebastião Melo, o que dizia o seu
Governador na época: “Fim da dívida, vitória do Rio Grande!”, um dia depois de
ter assinado o acordo com FHC, que condicionou esse percentual do Orçamento.
Volto a dizer: “Fim da dívida, vitória do Rio Grande!” Este é um artigo do
jornal Zero Hora, de 16 de abril de 1998, um dia depois de o então Governador
do PMDB assinar, com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, a renegociação da
dívida.
Responsabilizar
o Governo Lula ou o Governo Olívio por essa dívida que o Estado paga é faltar
com a verdade, é faltar com o compromisso da história do nosso Estado, é
esquecer o passado recente. Quem fez essa dívida tem nome: é Antônio Britto, é
Cézar Busatto, é Michelucci, é o PMDB! Ele é o responsável por essa dívida!
Eu
pensei que o Ver. Sebastião Melo viria a esta tribuna, Ver. Pedro Américo Leal,
resolver aquilo que esta Administração incompetente não conseguiu resolver e
foi-se socorrer com o Governo Federal, que é pagar a folha do funcionalismo
público do Estado. É esse gesto do Governo Federal que eu pensei que ele viria
aqui, na tribuna, reconhecer, mas a ingratidão, a incoerência política não o
deixam fazer isso, porque, se não é o Governo Lula, este Governo do Estado,
incompetente, que passado um ano e dois meses não consegue pagar a folha dos
funcionários, estaria, agora, quebrado. Foi o gesto do Governo Lula, o gesto do
Governo do Partido dos Trabalhadores, que está dando uma mão e salvando este
Governo incompetente, que é incapaz de produzir Receitas. Nós estamos dando a
metade do que este Governo deu para a Gerdau, que foram 200 milhões de reais do
Fundopem, porque não prioriza o servidor público, porque não tem compromisso
com o serviço público deste Estado, porque é o Governo que, no passado, fez
essa dívida e, no presente, privilegia as grandes empresas. Essa que é a
questão, este que é o Governo. É sobre essa incompetência que ele não fala. Mas
o que mais me dói é não ter o mínimo de decência, de vir a esta tribuna e
reconhecer o gesto do nosso Governo. O Governo que salvou, sim, o Governo
Rigotto de uma crise, de uma crise que não paga o servidor, foi fazer aquilo
que o seu Partido, Ver. Pedro Américo Leal...foi pedir para o Governador pagar
os funcionários, que foram pegos de surpresa.
Nós
alertávamos, no início deste Governo, que dava aumento para o Judiciário, que
privilegiava os que ganhavam mais: “Abram o olho, não vão ter condições de
pagar o servidor, não vão ter condições de pagar os que mais precisam no
Estado”. Não nos ouviram! Riram! Fizeram chacota, e aí está: o Estado está
quebrado! Está quebrado, porque a lógica que pauta este Estado é a mesma lógica
que assinou esse acordo. É a mesma lógica que está levando à falência o serviço
público.
Por
isso que eu sempre digo: nós temos o maior orgulho do Governo Olívio Dutra! Por
quê? Porque se mudou a lógica, porque pagou em dia, porque assumiu essa dívida
que não foi assinada por nós! E mais, em nenhum momento nós utilizamos esta
falácia: “Fim da dívida, vitória do Rio Grande!”, 1998, Antônio Britto. São
essas mentiras que estão fazendo o nosso Estado cada vez mais pobre. Nós temos
de construir uma outra lógica, a lógica que trabalha, sim, o desenvolvimento
para os médios, para os pequenos. Isso, sim, que privilegia o serviço público.
Essa, sim, é a nossa meta. Não isso aqui que o seu Governo faz, Ver. Sebastião
Melo, que está destruindo o nosso Estado, como já destruiu lá com o Antônio
Brito e repete o mesmo fracasso agora com o Governo Germano Rigotto. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido Progressista, no primeiro
momento, gostaria de manifestar o seu grande pesar pelo falecimento não só de
um dos maiores líderes do nosso Partido, mas, sem sombra de dúvidas, de uma das
grandes lideranças da história política do Rio Grande do Sul, o Depurado Hugo
Mardini, atual Presidente da Sulgás, onde fazia um extraordinário trabalho,
baixando a taxa do gás aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Foi Líder da nossa
Bancada durante vários mandatos na Assembléia Legislativa do Estado, Líder do
Governo Federal, quando Deputado Federal, nosso candidato a Senador. O então
Deputado Pedro Américo Leal e o meu pai também foram seus colegas durante
diversos mandatos na Assembléia Legislativa. Ele está sendo velado neste
momento na Assembléia Legislativa, e convidamos todos para que se somem a esse
pesar, a esse falecimento. Deixa-nos uma pessoa extremamente ativa, dinâmica,
que colaborou em muito para o Estado do Rio Grande do Sul: Hugo Mardini.
Nós
estamos na Campanha da Fraternidade, cujo tema é a água. Nós não entendemos
apenas um detalhe já no início da Campanha da Fraternidade, a qual justamente
defende que a água seja para todos: recém reajustaram a tarifa de água na Cidade
de Porto Alegre em mais de 5%. Essa é a resposta da Prefeitura de Porto Alegre
à Campanha da Fraternidade, cujo tema justamente é a água.
O
Ver. João Antonio Dib, que já foi Diretor-Geral do DMAE, lembrava que agora, no
final do ano, o próprio DMAE emprestou 25 milhões à Prefeitura para que ela
pudesse pagar o funcionalismo e agora reajusta em mais de 5% a tarifa de água.
E onde estão os investimentos dessa imensa tarifa de água que a população de
Porto Alegre tem de pagar? Onde estão os investimentos? A própria Prefeitura
fala na balneabilidade do Guaíba, falando no projeto sócio-ambiental como se já
fosse uma realidade e nem conseguiu ainda o financiador para essa obra - que
nós apoiamos, porque achamos que o tratamento de esgoto deve ser prioridade.
Oitenta por cento da tarifa de água vai ou deveria ir para o esgoto sanitário.
E onde estão os investimentos? Os nossos 29 arroios continuam totalmente
poluídos, sem nenhum tipo de tratamento. Zero por cento de percentual no que se
refere ao tratamento da água nos 29 arroios da Cidade de Porto Alegre que
chegam ao Guaíba. Não adianta tratar apenas o Guaíba, aliás, a Prefeitura diz
que trata 25% do esgoto que chega no Guaíba, zero por cento dos arroios que
chegam ao Guaíba. Essa conta também está errada, porque o esgoto pluvial, que
não tem tratamento nenhum, recebe esgoto cloacal. E mais, a sociedade de Porto
Alegre foi a primeira do Brasil a ter de pagar taxa de esgoto pluvial para
acabar com a mistura do esgoto cloacal com o esgoto pluvial. Pois continua misturado.
Uma taxa que pagamos desde 1990! Essa é a resposta da Prefeitura e do DMAE à
Campanha da Fraternidade Água Fonte de
Vida. Mas, aqui, o esgoto que chega em nossos arroios continua sem nenhum
tipo de tratamento. O esgoto pluvial continua sendo misturado e recebendo o
esgoto cloacal. É assim que a Prefeitura se utiliza dos recursos que arrecada,
portanto não façam demagogia com a Campanha da Fraternidade, porque isso é
muito sério. A resposta foi o reajuste da tarifa de água. Muito lamentável. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, permanece aqui na tribuna
este Jornal do Comércio, que vou virar a página, porque não posso mais ler a
manchete: “Lula pede ao FMI mais liberdade na política econômica”. Essa
confissão da submissão eu quero esquecer, até porque vou aceitar o convite do
Ver. Renato Guimarães, que reclama de nós só estarmos falando nos assuntos
nacionais e esquecendo os do Município de Porto Alegre.
Quero
dizer ao Ver. Renato que tem razão, nós fomos conduzidos por essa pauta
nacional, Ver. Pedro Américo Leal, e agora o Ver. Beto Moesch interrompe e
começa a lembrar que esta maravilhosa Cidade de Porto Alegre não é tudo isso
que se diz, pelo contrário, que nós estamos com débitos com a sociedade
porto-alegrense, com a comunidade porto-alegrense, muito grandes. Débitos que
começam ali na Av. Salgado Filho e que terminam aqui ao lado da Câmara! Não vão
dizer que foi o Villela que iniciou essa obrinha aí em novembro, e, agora, no
mês de fevereiro, ela continua ainda pior do que se encontrava antes.
(Aparte
anti-regimental.)
Quanto
à Av. Salgado Filho, Ver. Raul Carrion, que me aparteia irregularmente, quando
o Prefeito Villela conduzia o destino deste Município, organizou-se a operação
integrada para se desenvolver na área sudeste de Porto Alegre, que implicava
redução da tarifa dos usuários de transporte coletivo daquela área, em cerca de
30%. Foi posta em prática. O Ver. João Antonio Dib, que assumiu a Prefeitura
sucedendo ao Prefeito Villela, manteve a operação em andamento, manteve uma
tarifa reduzida para toda a área sudeste de Porto Alegre e teve muitos
incômodos a esse respeito, e os que lhe sucederam não quiseram enfrentar os
incômodos, resolveram terminar com a operação integrada, e a Av. Salgado Filho
voltou a ser a maior rodoviária do mundo a céu aberto.
(Aparte
anti-regimental.)
Olhe,
todo o mundo sabe quem é que sucedeu ao Ver. João Antonio Dib! Todo o mundo
sabe! É preciso que eu esteja lembrando? Não precisa. Entrei num aparte
anti-regimental do Ver. Raul Carrion, que sonha encontrar na Administração
Villela pontos negativos para apresentar. O Prefeito Villela foi o maior Prefeito
desta Cidade, responsável pela Vila Restinga, pelo Parque Marinha do Brasil,
pelos corredores exclusivos de transporte, pela preservação do Mercado, tudo o
mais! Não dá! Quando forem falar do Dr. Villela, aqui, têm de ficar de pé e
respeitosamente! Especialmente quem não consegue nem calçar uma rua aqui ao
lado da Câmara! Quem não termina as obras que inicia!
E
até o Ver. Dr. Goulart, que, lamentavelmente, não está aqui nesta hora, esses
dias fez uma declaração excepcional. Ele mesmo reconheceu, dizendo: “Afinal o
PT fez alguma coisa que eu possa elogiar, fez o início da Pista de Eventos do
Complexo Cultural do Porto Seco”! E o fez porque tem uma Oposição responsável
que não lhe negou apoio nesta Casa; o fez porque encontrou, em tempo recorde,
apoio, dado aqui, transparentemente, claramente, de quem autorizou a alienação
das ações da Petrobras para que pudesse ser mantido em dia o pagamento dos
obreiros que trabalham no Porto Seco e com isso se garantisse a execução da
obra no tempo determinado, diferentemente das outras obras da Prefeitura, que
estão paradas porque os empreiteiros não são pagos.
Há
uma obra lá na Restinga - era para ser um terminal de transporte coletivo - que
é uma vergonha! É um monumento ao desperdício! Construíram a primeira etapa, Ver.
João Dib, e não terminaram a obra. Sabem o que está acontecendo? A obra está
desaparecendo porque o que era de ferro já foi de lá retirado. Foi para onde?
Não sei. Agora estão levando os tijolos; daqui a pouco ela vai voltar à estaca
zero. E a obra, na qual haviam sido consumidos recursos fortes, vai ficar
inacabada.
Verª
Margarete Moraes, V. Exª é a Presidente da Casa. Eu acho que ao menos o seu
Governo, o Governo do qual a senhora faz parte, como integrante do Partido dos
Trabalhadores, lhe deve ao menos respeito; pelo menos aqui, ao lado da Casa,
não podem dar esse atestado de incompetência! Não conseguem calçar uma rua,
Ver. João Bosco! Não conseguem calçar uma rua e querem vir aqui dar-nos lição
de competência! Ah, pelo amor de Deus! Vamos nos respeitar!
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Reginaldo Pujol!
O SR. REGINALDO PUJOL: Vamos nos respeitar! Se não respeitam a
mim, se não respeitam o Ver. Pedro Américo Leal, respeitem essa Vereadora
competente, Presidente da Casa, que merece ser respeitada! Ou será que nem ela
a incompetência do PT vai respeitar?
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol não tem o direito
de dizer que a Prefeitura não respeita a Presidência da Casa, sendo eu ou o
Ver. João Antonio Dib ou o Ver. Fernando Záchia.
(Intervenção
fora do microfone. Inaudível.)
Por
favor, Ver. Reginaldo Pujol!
(Intervenção
fora do microfone. Inaudível.)
Por
favor, Ver. Reginaldo Pujol... Nós estamos encaminhando isso.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria ocupar o tempo de Liderança para
retomar, aqui, uma discussão que esta Casa tem feito com bastante freqüência e
que eu pude acompanhar muito de perto, no ano passado, quando presidia a
Comissão de Educação e Cultura desta Casa. Por uma decisão unânime dos
Vereadores naquela circunstância, decidimos que, dentre os temas afetos à área
da Educação, nós trataríamos, com mais assiduidade, da questão da educação das
crianças de zero a seis anos. Isso porque os dados que foram trazidos até esta
Casa e os dados comprovados pelo IBGE mostram que, em Porto Alegre, para cada
quatro crianças de zero a seis anos, três não têm atendimento na rede de
creches do Município. A primeira infância constitui-se numa fase fundamental,
não apenas neste momento da vida do cidadão, mas, com absolutas repercussões,
na sua vida adulta.
Hoje,
a imprensa noticiou um resumo de uma situação que prossegue em Porto Alegre e
que é extremamente grave, diz que o número de vagas oferecidas pelas creches
comunitárias da Prefeitura são de 13 mil e 728 alunos. Se nós examinarmos os
dados do ano passado, de dois anos atrás, de três anos ou de dez anos atrás, os
dados permanecem quase iguais. Portanto, prossegue uma enorme dificuldade da
Prefeitura em cumprir a sua responsabilidade na área da educação infantil. E
foi muito tocante ver uma reportagem de uma mãe que tem de capinar o pátio que
circula a creche para ter a possibilidade de colocar a sua filha no atendimento
de uma creche comunitária de Porto Alegre.
Eu
queria lembrar que a educação de 1º e 2º Graus e a educação infantil são de
responsabilidade dos Municípios, portanto ela está na esfera de responsabilidade
de fiscalização desta Câmara. O fórum que nós criamos no ano passado e que
acompanhou essa circunstância ainda nos demonstrava uma outra situação mais
dramática, a situação das crianças portadoras de deficiência. Houve os
depoimentos das mães que têm de trabalhar e não têm onde deixar os seus filhos,
porque não há uma rede de atendimento às crianças portadoras de deficiência.
Inclusive, elas acrescentavam a essa grave denúncia uma outra denúncia
inexplicável: no último concurso da Prefeitura, por ter aberto vagas, foram
aprovadas pessoas capacitadas para o atendimento da educação especial.
Então,
eu resolvi retomar esse tema, porque se iniciam os trabalhos das Comissões
Técnicas, e a questão do abandono infantil ou do atendimento infantil é uma
área afeta muito à Comissão de Direitos Humanos, à Comissão de Saúde e à
Comissão de Educação. Portanto, cabe a nós um trabalho de fiscalização bem mais
profundo na tentativa de ampliar a rede de atendimento às crianças na primeira
infância, que é a fase de zero a seis anos no nosso Município.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais inscritos em Comunicação de
Líder.
Havendo
quórum, passamos à
Estão
suspensos os trabalhos para que as lideranças se entendam em relação à votação.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h27min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
16h33min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, por parte da Oposição da
Casa, nós estamos colocando o PLL nº 175/03 como o primeiro Projeto a ser
votado na Ordem do Dia. Portanto, estamos aqui, de forma coletiva, consultando
o Líder do Governo, se é possível o entendimento, sendo esse o primeiro
Projeto.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidenta Margarete Moraes, não há acordo,
nós tínhamos uma outra proposição a ser feita à Casa, que era no sentido de
acelerar alguns Projetos que estão pendentes do conjunto de Vereadores,
inclusive da Oposição, que teria um debate, a nosso juízo, mais tranqüilo e
para fluir melhor a nossa Pauta aqui.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Srª Presidente, na condição de
coordenador, no dia de hoje, das Bancadas da Oposição, nós queríamos requerer,
neste momento, que o primeiro Projeto a ser contemplado para discussão e
votação fosse o PLL nº 175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dispõe
sobre a criação, estruturação e funcionamento do Conselho Municipal de
Desenvolvimento - COMUDE.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Nós estamos requerendo, então, para
discussão e votação, a seguinte ordem: PELO nº 004/02, PLL nº 010/03, PLL nº
298/03, PLL nº 299/03, PLL nº 305/03, PLL nº 334/03, PLL nº 340/03, PLL nº
346/03, PLL nº 368/03, PLL nº 407/03.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, considerando que este
Vereador já havia formulado um Requerimento, nós gostaríamos de aduzir a V. Exª
que, caso venha a ser rejeitado o Requerimento apresentado por este Vereador,
seja então colocado em votação o segundo Requerimento, de autoria do Líder da
Bancada Petista, o ilustre Ver. Carlos Pestana.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa vai consultar a Diretoria
Legislativa.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que seja
votado em primeiro lugar o PLL nº 175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo.
O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para encaminhar o Requerimento de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, há uma proposta do
Ver. Isaac Ainhorn para que se vote o Projeto do Conselho Municipal de
Desenvolvimento - COMUDE. Nós temos uma proposta contrária, primeiro porque nós
temos Projetos analisados e discutidos para serem votados. Eu quero ressaltar,
Ver. Reginaldo Pujol, que não é possível votar o Projeto do COMUDE agora,
porque o Governo do Estado, Ver. Raul Carrion, não cumpre nem o Orçamento do
ano passado e já anuncia que não cumprirá o Orçamento deste ano. Não respeitou
as demandas do Orçamento Participativo de 2002, em 2003; não respeitou o que foi
votado, Ver. Isaac Ainhorn, pela Assembléia Legislativa, dito pelos servidores
públicos estaduais; não cumpriu o Orçamento que fez votar na Assembléia
Legislativa agora. Então, Ver. Isaac Ainhorn, os Vereadores e as Vereadoras de
Porto Alegre não podem fazer papel de bobos. Nós não vamos constituir um
Conselho Municipal de Desenvolvimento para discutir o nada, para depois não ser
investido absolutamente nada, como não foi, Ver. Sebastião Melo, que é o Líder
do Governo Rigotto aqui na Câmara de Vereadores.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está indignado também. Não foi cumprido 10% do orçamento
na Saúde, Ver. Cláudio Sebenelo. Ver. Sebenelo, não foi cumprido 10% do
orçamento da Saúde. O que adianta ter um COMUDE para discutir Saúde, se não vai
ser cumprido? Não foi cumprido, Ver. Luiz Braz, foram cortados, melhor dizendo,
240 milhões da Saúde para este ano, Ver. Sebenelo, e o senhor não fala nada. O
senhor não fala nada da Saúde porque não lhe interessa. Não lhe interessa falar
da Saúde, Ver. Sebenelo. A Saúde do Estado pouco lhe importa. O que adianta
COMUDEs, se nós não vamos colocar um posto a cada um quilômetro? O que adianta
COMUDEs, se nós não vamos pagar o funcionalismo em dia? O que adianta COMUDEs,
se vão parcelar o décimo terceiro? O que adianta COMUDE, se vão pagar apenas
mil reais para o servidor público estadual? Do que serve o COMUDE senão para
enganar a população e para tirar o seu direito de intervir no Orçamento para
colocar só na mão dos Vereadores, Prefeitos e meia dúzia de empresários? Para o
que é que serve COMUDE?
Quero
saber, Vereador, quero saber quem é que decidiu os três bilhões de incentivos
fiscais para 135 empresas. Será que foi a população do Rio Grande do Sul que
não tem dinheiro para pagar o servidor? Que não tem dinheiro para a saúde? Que
não tem dinheiro para a habitação? E dá três bilhões para 135 empresas, Ver.
Sebastião Melo? Aqui é a empresariada que manda. Manda e recebe o dinheiro, e o
Ver. Sebastião Melo não fala nada. Não sabe de nada do seu Governo. Não quer
saber. Só fala do Governo Lula. O negócio é que o Ver. Sebastião Melo é
Vereador federal. Acusava o Ver. Raul Carrion de ser Vereador federal e, agora,
ele só quer saber do Governo Lula, Ver. Carrion. Só do Governo Lula. Três
bilhões para a empresariada, e ele não fala nada. Está lá tranqüilo e
sorridente. Claro, o servidor público estadual não recebe, mas o Ver. Sebastião
Melo está de galhofa, aqui. Claro! Está faceiro com o seu Governo Rigotto, que
foi lá nas ruínas do Governo Brito e retirou os piores Projetos: o Paguei quero nota ou a Nota é minha, tanto faz; tira dos
pequenos, do barzinho, do minimercado lá na região periférica, mas os grandes
empresários ganham benefícios a roldão, três bilhões de reais de um Estado
pobre, e dão mais dinheiro para a GM, sem contrapartida de emprego nenhum,
nenhum emprego.
E
criaram, Ver. Isaac Ainhorn, agora, o estagiário de PM, estagiário da Brigada
Militar, contratam por um ano. Só piora a situação da Segurança Pública!
E
o Ver. Sebenelo não quer saber da saúde do Estado! Cadê, Ver. Sebenelo, o posto
de saúde a cada um quilômetro? Cadê os 240 milhões da Saúde, deste ano, que
foram dados para 135 empresas? E vem falar de água, aqui?! Foi a Corsan, Ver.
Beto Moesch, que aumentou a água no Estado em mais de 30%, não estamos falando
de 5%, mas da água do Estado eles não querem saber! São Vereadores estaduais ou
Vereadores federais. Vereadores municipais, nada! Cadê o orçamento para a
Saúde? Cadê o orçamento para a Habitação?
Queremos
um COMUDE que discuta, mas não para enganar a população. A população não
decidiu por três bilhões de reais para apenas 135 empresas, sem gerar um
emprego sequer! Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando
que o PLL nº 175/03 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, nesta matéria, acho que estamos inaugurando, aqui, uma nova etapa.
E não acho isso ruim. O Líder do Governo recauchutado neoliberal do Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva veio aqui e falou 4,9 minutos sem se referir ao Projeto.
Não vejo nisso nenhum problema. Agora, por que o Líder do Governo neoliberal
fez isso? Porque deu faniquito nele! Faniquito, por quê? Faniquito porque, Ver.
Sebenelo, este Projeto ora em votação é muito sério. Ele não é um instrumento
partidário, como fizeram aqui, em Porto Alegre, de manipulação e de criação de
quadros partidários para concorrer a Vereador, como é o Orçamento
Participativo.
Qual
é o resgate no eixo dessa matéria? Primeiro, é que, no nosso Governo do Estado,
a participação popular é lei; ela não é um apêndice do Executivo! Ela é lei! Em
segundo lugar, o cidadão, quando vai para as assembléias, já sabe qual é o
valor que ele tem para decidir. No Governo deles o cidadão decidia sobre tudo,
mas sabe quando era executado? Zero ao quadrado. Decidiam sobre ponte,
hospital, sobre estrada, e execução zero.
Então,
em relação a este Projeto que estamos tratando, qual é a forma de participação
popular que nós queremos? E por que ele fica tão bravo? É porque ele não quer
enfrentar essa questão aqui em Porto Alegre. Eles querem que a participação
popular, na visão petista, estreita, seja exclusividade deles. Há várias formas
de participação popular. Nós achamos que a verdadeira participação popular é
aquela que não tutela o Partido que está no Governo, mas que faz com que a
população decida livremente sobre os investimentos.
Ver.
Reginaldo Pujol, a pergunta que há de ser feita aqui nesta tribuna é esta: será
que Porto Alegre está tão bem que vai abrir mão dos fartos recursos que tem o
Estado, mas, se não tiver o COMUDE, não vem o recurso? É essa a questão que
quero colocar à base do Governo. No ano passado, só a Secretaria da Saúde
repassou 15 milhões para o Município de Porto Alegre; estão aí os dados
confirmados pela Secretária da Saúde em depoimento aqui na Casa. Mas sobre
isso, lamentavelmente, a Bancada do Governo silencia. Então, a pergunta que há
de se fazer é a seguinte: Porto Alegre está abrindo mão, então, de qualquer
recurso que possa vir do Governo, não regulamentando o COMUDE? Mas que
estreiteza é essa, Ver. Cláudio Sebenelo? Ou é a participação popular que o PT
coloca ou não é a participação popular?
Eu
respeito, os senhores ganharam a eleição; os senhores repetiram a eleição, os
senhores estão aqui há quinze anos legitimamente, ganharam a eleição com muita
mentira, mas ganharam. Pois bem, o Governo do Estado encontrou de forma
legítima, também, uma outra maneira de colocar o eixo da participação popular.
Nós não queremos entrar no mérito, Ver. Zé Valdir, nós respeitamos o
encaminhamento que os senhores têm dado. Agora, por favor, respeitem o
encaminhamento que o Governo do Estado está dando. Se o Prefeito do senhor
quisesse resolver essa matéria, o senhor sabe que ele podia criar o COMUDE, não
precisava passar pela Câmara! É por omissão do Prefeito Municipal que se faz
necessário vir, Ver. Elói Guimarães, porque, se o Prefeito quisesse, teria
feito, e nós não estaríamos aqui nem sequer disputando esta matéria. Então,
vamos baixar um pouco esta questão eleitoreira e vamos para a vida real.
As
pessoas não agüentam mais esse discurso vazio e evasivo, transferidor de
responsabilidades. O que o cidadão quer é que o Poder Público - independente de
ser do PMDB, do PT, do PDT, do PP -, responda as demandas da sociedade. E a
sociedade espera isso dos Partidos políticos. Nós precisamos amadurecer essa
agenda; não podemos ficar nesta falácia, Ver. Juarez Pinheiro. Penso que todos
nós temos os nossos erros e os nossos acertos; estou disposto a reavaliar,
inclusive, muitas coisas que fizemos nesta tribuna, mas nós estamos tratando de
recursos para Porto Alegre. E por causa de uma disputa política sobre se o
Orçamento Participativo é melhor do que a Consulta Popular, eu não vou
regulamentar! Vossas Excelências não ganharam as eleições, quem ganhou foi uma
outra frente política, respeitem essa posição de quem chegou legitimamente ao
Governo, como V. Exas também chegaram aqui em Porto Alegre. Era
isso, Srª Presidenta. Obrigado pela tolerância.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar Requerimento de sua autoria,
solicitando que o PLL nº 175/03 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, em nome
da Bancada do PDT, nós encaminhamos favoravelmente para que o primeiro Projeto
a ser contemplado na tarde de hoje seja o Projeto que regula os COMUDEs. Nós
achamos esse tema prioritário e nos surpreende a manifestação do PT, da Bancada
do PT, por meio do Ver. Marcelo Danéris, o qual deveria ser o primeiro a vir
aqui e querer votar e ver, efetivamente, as Bancadas que são a favor da
participação popular, porque o discurso que tem de preponderar aqui nesta Casa,
no Legislativo Municipal, é o discurso da participação popular.
Eu
quero dizer aqui nesta Casa que tenho defendido o Orçamento Participativo, sim,
querido Vereador colega da Bancada petista, não se surpreenda, nós defendemos o
Orçamento Participativo, mas nós queremos o Orçamento Participativo com lei,
regulando direitos e obrigações; não este Orçamento Participativo que não
obedece à ordem das demandas. Senão vai acontecer o que aconteceu no Ministério
da Saúde, lá em Brasília, em que Ministro do Presidente Lula, na lista dos
transplantes, não obedecia à escala, não era a ordem da gravidade da doença, o
que valia naquele momento era o QI, o
coeficiente de influência. E o coeficiente de influência era do Vice-Presidente
da República. Daí é demais!
O
Ver. Danéris, hoje, disse: “Não, porque as prioridades, aqui, são dos ricos.”
Não! Quem, agora, passou a defender as prioridades dos ricos e dos interesses
dos grandes banqueiros, neste País, hoje, é o Partido dos Trabalhadores. O
Partido dos Trabalhadores é quem tem defendido. Se havia outros Partidos que
defendiam os interesses dos grandes, dos magnatas, dos ricos, hoje, ninguém
mais do que o Partido dos Trabalhadores está à frente nessa posição. Estão aí
os fatos sobejamente provados. Basta ver qual é a equipe do primeiro escalão, a
tropa de choque nos Ministérios de maior importância; todos nas mãos dos
grandes interesses internacionais. Basta só citar um: o Presidente do Banco
Central - e não é por acaso que os grandes bancos nacionais e internacionais
tiveram os maiores lucros da história brasileira no ano presidido pelo PT. Quem
é o Presidente do Banco Central? O Presidente atual do Banco Central é aquele
que foi o Presidente Internacional do Banco de Boston, o Sr. Henrique
Meirelles. Eles não colocaram nem, como se diz, um laranja, já foram direto para a representação dos interesses do
capitalismo internacional neste País, representados e expressos pelo Presidente
do Banco de Boston, Sr. Henrique Meirelles. Não tem mais discussão, está claro,
só não vê quem não quer!
O
Ver. Danéris, que já está há alguns anos aqui nesta Casa e se houve com brilho
na Liderança do PT, sabe que existem rubricas orçamentárias. E a rubrica do
Conselho está prevista no Orçamento, então é realizá-la. Simplesmente. Não
adianta ficar dando aparte anti-regimental ao Vereador que entende de lixo,
para contestar este Vereador... Eu quero ver como é que vai ficar agora, no dia
03, quando abrirem a licitação pública dos contêineres, quantas empresas vão
aparecer interessadas nesse novo equipamento. Porque é uma fotografia. Aí eu
gostaria de ouvir o nosso Vereador do DMLU.
Nós
encaminhamos favoravelmente a priorização dos COMUDEs como Projeto a ser votado
nesta tarde. Não adianta dar nome de rua, Ver. Carlos Pestana, não adianta
ficarmos fazendo consenso em termos de nomes de rua, vamos para o debate!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn,
solicitando que o PLL nº 175/03 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
um, dois, três, quatro, cinco, seis. Foram seis as Sessões realizadas desde a
abertura desta Sessão Legislativa. Quantos Projetos foram votados? Nenhum. Na
primeira Sessão Ordinária desta Sessão Legislativa foi pedida a inclusão deste
Projeto do COMUDE na Ordem do Dia, e estamos na sexta Sessão e ainda não
votamos nada. Já perdemos cinco, dez, quinze minutos, agora comigo são vinte
minutos, também sem fazer nada. Falamos de todos os problemas, menos daqueles
que a Câmara tem de resolver, ou seja, votar os seus Projetos: Projetos de
interesse da Cidade, Projetos de interesse da comunidade - isso não precisa ser
votado! Nós vamos fazer discurso, discurso e mais discurso, mas nós não vamos
votar! Aí, vamos fazer verificação de quórum e não há mais quórum, foram todos
embora. Depois, nós vamos voltar à tribuna e brigar, porque saiu no jornal
tantas faltas para B, tantas faltas para C, tantas faltas para D, e todo mundo
acha que não tem falta.
(Aparte anti-regimental do
Ver. Haroldo de Souza.)
Não, eu não estou fazendo
crítica a ninguém, mas há a preocupação, até o Presidente teve falta, na
Legislatura passada, porque se retirou do plenário por cinco minutos, mas, vá
lá, nós não vamos brigar por causa disso.
O importante é que nós não
decidimos o que foi pedido no ano passado e nós conseguimos fazer, é possível
fazer, sim. Nesse tempo em que nós estamos discutindo se nós vamos aceitar o
Requerimento A ou o Requerimento B, nós já teríamos decidido o Projeto. Nós já
temos posições, nós já sabemos como é que nós vamos votar, ninguém vai mudar o
voto de ninguém, mas nós vamos falar no Sr. Waldomiro Diniz, em outras tantas
coisas e vamos deixar de receber dez milhões de reais para Porto Alegre. Eu
acho que é tolice, eu acho que nós temos muito mais inteligência do que parece,
nós temos muito mais capacidade para resolver o problema, terminando as
discussões. Porque nós não viemos aqui discutir se o Requerimento é o primeiro
ou o segundo. Não! Nós estamos discutindo a vida alheia, até! Até eu falei do
Sr. Waldomiro Diniz, membro do Governo Lula. O que é que eu vou fazer? Eu
também tenho de acompanhar. Mas eu apelo para os meus ilustres Pares: vamos ver
se hoje nós votamos alguma coisa, porque é a 6ª Sessão Ordinária. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando
que o PLL nº 175/03 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. João Nedel, que
dirige os trabalhos, demais Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem, em
nome das Bancada PCdoB, nós vimos aqui defender o Requerimento de autoria do
Ver. Carlos Pestana, que nos parece um Requerimento equilibrado, Requerimento
que propõe a votação de dez Projetos importantes, dentro do espírito que o Ver.
João Antonio Dib aqui colocou. Eu chamo a atenção de que, desses dez Projetos,
três são de autoria do Ver. João Carlos Nedel. Serão Projetos sem importância?
Dois Projetos são de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo. Ver. Cláudio Sebenelo,
eu não acredito que V. Exª tenha dado entrada na Casa a Projetos que não têm
importância. Um é de autoria do Ver. Beto Moesch, aliás um Projeto extremamente
importante sobre a questão das queimadas, que proíbe as queimadas em Porto
Alegre. Lá, na Assembléia Legislativa, o seu Partido - eu sei que V. Exª
diverge - retrocedeu, aprovando uma alteração na Constituição Estadual que
tornou a permitir as queimadas, sendo um retrocesso no campo da ecologia. Não é
importante votar isso? E que nós temos concordância nesta Casa. Outro Projeto é
de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que determina a fixação em bares e
restaurantes de placas informativas sobre a saúde alimentar. Outros dois
Projetos são de autoria do Ver. Zé Valdir.
Agora,
vêm os Vereadores da Oposição dizer: "Não, isso aqui não tem
importância." Ver. João Antonio Dib, não tem importância o Projeto do Ver.
Beto Moesch? E, se não têm importância os do Ver. Cláudio Sebenelo, que ele
peça o arquivamento então. Se não têm importância os do Ver. João Carlos Nedel,
que ele peça o arquivamento. Eu tenho certeza de que ele os considera
importantes.
Agora,
qual é o Projeto tão importante que deve se sobrepor a dez importantes
Vereadores desta Casa? É o Projeto do COMUDE, de autoria do Ver. Cláudio
Sebenelo. Sabem o que diz na sua Justificativa? "O COMUDE tem por objetivo
a aproximação da sociedade com a classe política, representada pelo ilustre
Vereador. O Conselho será uma peça fundamental...além disso, é uma excelente
oportunidade de um Vereador se aproximar mais e contribuir com a
comunidade." Quer dizer, em vez de estarmos votando a questão das
queimadas, em vez de estarmos votando a questão da educação alimentar, a
preocupação é de que o Vereador se aproxime da comunidade. Queremos voltar
atrás, quando nesta Cidade o Vereador era um despachante de luxo que ia lá na
comunidade e dizia: “Eu consegui o orelhão, consegui o calçamento da rua! Me
agradeçam!” Não é um direito do cidadão, é uma benesse do Vereador como
despachante de luxo - que, hoje, está coibido pelo Orçamento Participativo -, e
o Vereador tem de mostrar a defesa dos interesses reais da comunidade, voltar
isso por meio dos COMUDEs, criar, por meio do Governo Estadual, um espaço para
que o Vereador volte a ser o despachante de luxo. E, aí, não se vota a questão
da queimada, não se votam os dois importantes Projetos do Ver. Cláudio Sebenelo
e assim por diante.
Então,
é evidente que nós entendemos que é importante votar dez Projetos e não ficar
aqui fazendo uma discussão inócua, que é tentar substituir o Orçamento
Participativo, que existia no Governo do Estado e que foi eliminado, foi
retirado, e criar agora um simulacro, que é o COMUDE, que nada mais é do que o
Vereador ter um instrumento para fazer - está aqui, está aqui na Justificativa!
- uma aproximação da comunidade.
Então,
evidentemente, os Vereadores são adultos, conhecedores, mas a Bancada do PCdoB
tem uma posição clara: votemos os dez importantes Projetos - para o que existe
um certo consenso nesta Casa - e vamos fazer a discussão dos COMUDEs, não há
problema, mas vamos desobstruir a Pauta, vamos votar as coisas importantes da
Cidade e não vamos ficar em discussões que, na verdade, são muito mais de
interesse particular de tal ou qual Vereador que quer voltar a ser, quem sabe,
o despachante de luxo. O Projeto do COMUDEs é do Ver. Cláudio Sebenelo, e
queremos discutir, mas vamos desobstruir a Pauta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Pirulito está com a palavra
para encaminhar Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que o PLL nº
175/03 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia.
O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Presidenta desta Casa, Srs. Vereadores,
pessoas que nos assistem aqui e pela TVCâmara, no canal 16, senhoras e
senhores, eu estou aqui hoje representando o Partido Socialista Brasileiro e
tenho a honra de estar substituindo o Líder do Partido, o Ver. Carlos Alberto
Garcia.
Eu acho interessante que
nesta Casa, pelo pouco conhecimento que tenho, pelas poucas vezes que venho
aqui - sendo que essas poucas vezes já completam 12 anos, 15 anos que eu sou
Suplente desta Casa -, nós discutimos, discutimos. Agora, nós estamos
discutindo um Projeto que dispõe sobre a criação do COMUDE - já é para mudar.
Poderia ser outro nome: um nome mais popular, um nome que as pessoas
entendessem. Não, é COMUDE! Mas, mudar o quê? Não tem de mudar nada. Eu acho
que, no Orçamento Participativo, há a participação de todo mundo. Todos os
Partidos participam do Orçamento Participativo. Então, eu acho que não é o
momento - em 2004, nós já temos as eleições. O que nós temos de fazer? Nós
temos de esperar e vamos limpar a Pauta, porque aqui tem, no mínimo, Srs.
Vereadores, 500 ruas para serem inauguradas, para serem aprovados os Projetos.
Eu acho que nós temos primeiro que limpar a Pauta, votar todos os Projetos que
estão pendentes nesta Casa e, depois, vamos partir para um novo Projeto, que é
a criação do COMUDE - e que é uma réplica do Orçamento Participativo. Se há alguma
coisa que não está bem no Orçamento Participativo, que se atualize, que se
arrume esta Lei.
Eu
tenho aqui Projetos bons para serem aprovados. Há um Projeto, de autoria do
Ver. Renato Guimarães, que proíbe o uso da palavra menor, atribuída à criança e ao adolescente, na correspondência e
demais documentos oficiais expedidos pelos Poderes Executivo e Legislativo do
Município de Porto Alegre. Então, vamos votar esse Projeto.
Nós
temos outros Projetos. Há um Projeto, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui
a Semana de Educação e Conscientização sobre os Riscos do Alcoolismo no
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Vamos votar esses Projetos.
Agora,
o COMUDE é só para mudar. Mas mudar o que, Vereador? Se em todas as reuniões
que vou - eu vou como povo, não vou como Vereador, vou como povão - há o
pessoal do PDT, do PMDB, do PTB. Eu acho que isso aqui é uma brincadeira! Eu
estou aqui nesta Casa num mandato de 12 anos, como Suplente, mas,
lamentavelmente, continua todo o mundo em forma, então, eu fico na reserva.
Mas
o problema é o seguinte: eu acho que nós temos de, primeiro, votar os Projetos
que já estão tramitando na Casa. É projeto de nome de rua? Acho que deve ter
valor, porque os Vereadores fazem esses projetos. Eu acho que o COMUDE nós
poderíamos esperar mais um pouquinho e deixar virem as eleições, agora em
outubro, e pelo novo Prefeito, que pode ser do PMDB, pode ser do PTB, do PDT,
então, aí, nós vamos mudar, aí eles que mudem o Participativo.
Na
minha concepção, na minha simplicidade, como morador da Vila Santo Agostinho -
para onde eu quero mandar os parabéns àquele pessoal lá do Bairro Rubem Berta
e, também, do Sarandi -, quero dizer que, lamentavelmente, aqui é só o nome -
COMUDE -, porque, provavelmente, não vai mudar nada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais inscritos.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o Requerimento do Ver.
Isaac Ainhorn. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM.
Projeto de Lei do Legislativo nº 175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo. (Pausa.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Srª Presidenta, com
fundamento no art. 107 do Regimento Interno, parágrafo 2º, eu pediria o
Processo, porque quero formular a minha Questão de Ordem a Vossa Excelência.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito à Diretoria Legislativa...
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Srª Presidente, já
recebi os autos; consultando-os, verifica-se que esta proposição da autoria do
Ver. Cláudio Sebenelo, apresentada no ano que passou, recebeu parecer apenas na
Comissão de Constituição e Justiça, e o Ver. Cláudio Sebenelo solicitou, com
fundamento no art. 81 do Regimento Interno, que ela fosse incluída na Ordem do
Dia, isso no ano que passou. O Projeto, como manda o art. 107, foi arquivado
regimentalmente, e o Ver. Cláudio Sebenelo, a
posteriori, este ano, pediu o seu
desarquivamento.
A
minha Questão de Ordem, relatado os fatos, é com fundamento no art. 107,
parágrafo 2º, que diz (Lê.): “Quando a proposição tratar sobre matéria
financeira, será ouvida a Comissão de Economia, Finanças Orçamento e do
Mercosul, mesmo que já se tenha manifestado anteriormente”. Neste caso sequer
se manifestou ainda a Comissão de Finanças. A matéria é tipicamente colocada,
no que dispõe este dispositivo do parágrafo 2º.
Srª
Presidente, esta matéria estava na Ordem do Dia, com fundamento no art. 81,
poderia estar por ter percorrido todas as Comissões e poderia estar também por
um Pedido de Urgência. O Regimento não distingue as razões pelas quais a
matéria entrou na Ordem do Dia. Ele diz que, se a matéria estiver na Ordem do
Dia, seja por urgência, seja pelo art. 81, seja por ter percorrido todas as
Comissões, se no ano seguinte essa matéria for desarquivada por não ter sido
votada na Ordem do Dia, tratando-se de matéria financeira-orçamentária,
obrigatoriamente terá de passar pela Comissão de Finanças.
O
que houve foi o seguinte: o Ver. Cláudio Sebenelo apenas desarquivou esse
expediente, e, após a solicitação de desarquivamento, ele deveria ter sido
encaminhado para a Comissão de Finanças, Orçamento e o Mercosul. Isso não
ocorreu. Para concluir, Presidenta, se a matéria tivesse sido levada à Comissão
de Finanças...
(Manifestação
do Ver. Luiz Braz. Inaudível.)
Ver.
Luiz Braz, o Vereador tem direito de fazer a Questão de Ordem?
(Manifestação
inaudível.)
Não,
não está escrito no Regimento, Vereador. Se o Vereador tivesse feito um novo
pedido de art. 81 para votação, até poderia concordar com V. Exª de colocá-lo
na Ordem do Dia. O Vereador não o fez. A única coisa que ele fez foi o pedido
de desarquivamento.
Então,
eu concluo dizendo que o Regimento da Casa não distingue, Srª Presidenta - esse
é o âmago da questão -, o porquê da matéria estar na Ordem do Dia, se foi
votado ou não. Se é por urgência, se é por percorrer as Comissões ou se porque
foi pedido art. 81. Nesse caso, foi pelo art. 81, e o Vereador não renovou o
pedido de art. 81.
Portanto,
a Questão de Ordem, Presidenta, é de que, em face disso, sendo uma matéria
complexa, V. Exª ouça a Procuradoria da Casa para verificar se essa matéria não
teria de ir à Comissão de Finanças.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Primeiro, o art. 81, quando arquivado,
não precisa ser renovado o pedido, porque automaticamente ele vem para a Ordem
do Dia como art. 81. Em segundo lugar, nos mesmos termos do alegado pelo
Vereador, essa matéria é sobre a criação de um Conselho Municipal de
Desenvolvimento, que não é matéria financeira, não é matéria tributária.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Dada a relevância da questão, solicito a
presença da Procuradoria da Casa e gostaria de chamar as Lideranças aqui na
Mesa.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h18min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
17h23min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Presidenta Margarete Moraes, por acordo
entre as Lideranças, ficou deliberado que, enquanto aguardamos a manifestação
da Procuradoria desta Casa, colocaríamos em votação os seguintes Projetos: PELO
nº 004/02; PLL nº 010/03; PLL nº 298/03; PLL nº 299/03; PLL nº 305/03; PLL nº
334/03; PLL nº 340/03; PLL nº 346/03; PLL nº 368/03; PLL nº 407/03; PLL nº
428/03; PR nº 091/03; PR nº 093/03.
O SR. REGINALDO PUJOL: Vossa Excelência há de convir que a
Oposição da Casa, de bom grado, depois de ouvir a sua argumentação, concordou
numa interrupção da ordem até que a Procuradoria se manifestasse. Ficou muito
claro que votaríamos os Requerimentos inadiáveis e não essa chorumela de Processos
que foi trazida aqui. Eu chego à conclusão de que os seus colegas do Partido
dos Trabalhadores querem criar uma confusão no plenário. Eu não vou contribuir
para isso. O que foi acertado, Vereadora, é que nós votaríamos Requerimentos e
não nomes de ruas.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Votaríamos Requerimentos que fossem
consensuais.
O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito. Agora há uma lista; nem tivemos
tempo de olhar quais Processos são. Em dez minutos podemos votar dois ou três
Requerimentos e só.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, a matéria é puramente
administrativa. Não se enquadra no art. 107 do Regimento, não é matéria
tributária, não é matéria financeira. No ano passado, já ouvi uns desaforos,
porque alguns confundiram matéria financeira com matéria tributária; se fosse
financeira, nós teríamos de ir à Comissão de Finanças. Não fala em um centavo
sequer. Então, é matéria administrativa e tem de ser votada.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito ao Ver. Carlos Pestana que
converse com a Oposição para ver se podemos chegar a um consenso em relação aos
Requerimentos. Por favor, Vereador.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h26min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
17h28min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Foi concertada a votação de seis
Requerimentos num primeiro momento. Se esses Requerimentos forem vencidos e não
houver encaminhamento, se não houver ainda a resposta da Procuradoria, nós
elaboraremos uma segunda bateria. Os Requerimentos serão votados na seguinte
ordem: Requerimento nº 024/04, de autoria da Verª Maria Celeste; Requerimento
nº 025/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal; Requerimento nº 027/04, de
autoria do Ver. Pedro Américo Leal; Requerimento nº 030/04, de autoria do Ver.
Darci Campani; Requerimento nº 032/04, do Ver. Aldacir Oliboni; Requerimento nº
035/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
Após
vencida essa etapa e não tendo a Procuradoria ainda se manifestado, as
Lideranças concertarão a votação de alguns nomes de ruas.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.
Em
votação o Requerimento nº 024/04, de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 025/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento nº 027/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 030/04, de autoria do Ver. Darci Campani. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 032/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 035/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão
suspensos os trabalhos para ouvirmos a Srª Procuradora.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h35min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
17h38min): Estão
reabertos os trabalhos.
Retomamos a Ordem do Dia. A Presidência ouviu a Procuradoria. Entende-se que essa questão foi colocada corretamente na Ordem do Dia, não sendo necessária análise e parecer da CEFOR. Todavia, alerta a Procuradora de que se trata de matéria que exige maioria absoluta, por se tratar da criação de Conselho. Exige maioria absoluta para sua aprovação, isso não constava na agenda da Ordem do Dia.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Srª Presidenta, na esteira do que disse
a Procuradora, embora venhamos a fazer um Recurso com fundamento no art. 194 do
Regimento e vamos pedir efeito suspensivo da votação, além do fato de não
constar na agenda - não sei se a Procuradora alertou a Mesa de não constar na
agenda a necessidade de maioria absoluta -, há um fato mais grave: este Projeto
de Lei, com fundamento no art. 101 da Lei Orgânica, deveria ser apresentado
como Projeto de Lei Complementar, pois se trata da criação de Conselho. Ele foi
apresentado como Projeto de Lei Ordinária. Não se trata apenas de precisar um
quórum de maioria absoluta; trata-se de o Projeto ser apresentado como Projeto
de Lei Complementar e não como Projeto de Lei Ordinária. Então, na nossa
Questão de Ordem neste momento, com fundamento no art. 101 da Lei Orgânica, nós
pedimos a retirada dessa matéria da Ordem do Dia, porque não é Projeto de Lei
Complementar, como manda a Lei Orgânica, e, no que tange a outra observação,
nós vamos fazer recurso à Mesa, ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição
e Justiça, e pedimos efeito suspensivo.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, está mais do que
evidente que este Projeto está no âmbito da organização administrativa, nunca
foi Projeto da esfera financeira. O Ver. Juarez sabia disso, mas eu acredito
que o problema aqui é uma motivação para tentar trancar a Pauta de votação. Eu
acho que isso desmerece o nosso Parlamento; isso não reforça, na verdade, a
idéia do nosso Parlamento forte, e, infelizmente, essa é uma tentativa, mais
uma vez, de alguns Vereadores aqui na Casa arrebentarem o Parlamento.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa outra vez vai consultar a
Procuradoria. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h41min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
17h46min): Estão
reabertos os trabalhos.
A
Presidência propõe que seja realizada uma conversa entre as Lideranças da
Oposição e a da Situação para ver se podemos avançar e resolver esse impasse.
Os trabalhos estão suspensos por mais cinco minutos, por favor.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h47min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
17h52min): Estão
reabertos os trabalhos.
Chamo
a atenção dos Vereadores e das Vereadoras. Ouvida a Procuradoria, nós acatamos
a decisão da Procuradora, colocaremos a matéria em discussão geral - o PLL nº
175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dispõe sobre a criação, estruturação
e funcionamento do Conselho Municipal de Desenvolvimento, COMUDE.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: A minha proposta é de que, inclusive, já
se comece agora o processo de discussão e não se vote hoje.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Eu formulei a V. Exª
duas Questões de Ordem e não uma. A primeira, no sentido de que essa matéria
não poderia estar na Ordem do Dia, porque tinha de passar pela Comissão de
Orçamento e Finanças. A segunda é de que essa matéria se tratava claramente, de
forma cristalina, de matéria de Lei Complementar, art. 101 da Lei Orgânica do
Município, impossível ser mais clara. Então pergunto a V. Exª se a orientação
que a senhora recebeu da Procuradoria é de que as duas Questões de Ordem não
podem ser providas, ou só a primeira?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Das duas Questões de Ordem; já foi
anunciado discussão geral e votação. A palavra está à disposição dos
Vereadores.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, quero, hábil e
tempestivamente, anunciar que estou ingressando com uma Emenda que transforma
os Projetos de Lei do Legislativo em Projetos de Lei Complementar. Essa Emenda
cabe como Emenda de Liderança, está sendo redigida e encaminhada formalmente
ainda durante o período de discussão, não cabe não aceitá-la. Eu apenas a
anuncio, porque, nesse meio tempo, está sendo redigida por escrito.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3341/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
dispõe sobre a criação, estruturação e funcionamento do Conselho Municipal de
Desenvolvimento - COMUDE.
Observações:
- por resultar empatado,
deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1.º, do Regimento
da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 01-03-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 175/03. O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, estamos
em discussão do Projeto que cria os Conselhos Municipais de Desenvolvimento,
especialmente na Cidade de Porto Alegre, o Conselho Municipal de
Desenvolvimento de Porto Alegre.
A
preocupação maior do Governo Rigotto foi a legitimação, a transformação em lei,
o asseguramento por meio da lei do mais democrático de todos os processos,
evitando, com isso, de forma direta, a contaminação ideológica, o uníssono
orquestral e, principalmente, a interferência direta que há, em amostras muito
evidentes, em outras experiências de Participação Popular. A criação de uma
lei, com todo o seu poder de lei, de coerção natural da própria lei, faz com
que nós tenhamos assegurados não só os limites da espontaneidade como também a
legitimação das decisões. Por este processo, com a criação de assembléias
municipais, todos aqueles que comprovarem endereço e título de eleitor terão
direito à escolha, ao debate, terão direito a voto direto apenas pela sua
existência como eleitor na Cidade de Porto Alegre. Além disso, além dessa
moralização que a lei provoca, além do controle direto dos próprios cidadãos
sobre a mecânica de funcionamento das Assembléias Municipais, dos conselhos
Municipais e depois, por fim, dos conselhos Regionais, a proposta votada pela
Assembléia Legislativa chegará ao Governo como foi feito no ano passado.
E
hoje, dentro dos COMUDEs, houve um COMUDE excepcional em Porto Alegre, por
questões de prazo, no ano passado, já temos, aproximadamente, dez milhões de
reais que serão aplicados na Cidade de Porto Alegre, em questões de energia, de
saneamento, de saúde e de educação. Se acham que isso é pouco como
investimento, no Rio Grande do Sul são mais de 500 milhões de reais que já
foram decididos. Nos próximos Orçamentos, a tendência é o Governador anunciar
um crescimento nos investimentos, e há um compromisso formal do Governador,
inclusive, no Orçamento do ano de 2004, de cumprimento de 100% de toda a
demanda do programa de Participação Popular.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebenelo, eu tenho em mãos o jornal Correio do Povo do dia de
hoje, que diz que a crise financeira enfrentada pelo Rio Grande do Sul e a
redução de gastos feito pelo Governo Germano Rigotto resultaram na garantia de
apenas 320 milhões do total de 951 de investimentos.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Essa notícia, eu quero lhe assegurar, não
só está errada, como o Governador assegurou que 100% da demanda deste ano vai
ser aplicada no Orçamento Participativo; é a palavra do Sr. Governador,
diferente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que, quando teve um déficit
no Orçamento, a primeira coisa que disse é que não seriam atendidas as demandas
de 2001, 2002, 2003. E se perguntava por que estamos votando? Por que estamos nos
reunindo? Essa falência do discurso de um Orçamento Participativo que não é
regido por uma Lei que não tem a coerção da Lei, que não tem a democracia, que
não tem a organização, faz com que o discurso do Orçamento Participativo seja
fraudado, e, mais do que isso, há um envelhecimento desse discurso pelo não
atendimento flagrado, há muito tempo inclusive, com mais de 45% em um ano, não
atingido e não atendido.
Isso,
então, nos mostrou que tem de haver essa mudança, e o Estado está dando, agora,
um exemplo de isenção, um exemplo de participação, mas, principalmente, de
descontaminação ideológica. Vai ser de baixo para cima, vai ser um movimento
purificado pela própria lei. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. DARCI CAMPANI (Requerimento): Srª Presidenta, com base nos artigos 92 e
91 do nosso Regimento...o art. 92 diz que emendas visam a alterar parte do
projeto; a proposta do Ver. Pujol não visa a alterar uma parte do Projeto, mas,
sim, alterar a natureza do Projeto. O que caberia, no caso, seria um substitutivo,
o art. 91 nos fixa que poderá ser apresentado no período de Pauta ou no âmbito
das Comissões. Portanto, este Projeto, para ser corrigido, assim como foi com
um Projeto meu, em 1995, que foi retirado da Ordem do Dia, foi feito o
Substitutivo para depois retornar à Ordem do Dia... Estou solicitando isonomia
de tratamento. Então, com base nos artigos 91 e 92 do Regimento da Câmara, eu
pediria que fosse feita a correção do Projeto devidamente encaminhado.
Obrigado.
O SR. RAUL CARRION: Srª Presidenta, queria dizer que este
Vereador já teve Projetos que sequer tramitaram nesta Casa, por orientação da
Diretoria Legislativa, exigia-se que transformássemos o Projeto
não-complementar, que não poderia tramitar, em projeto complementar, e tivemos
de fazer um Substitutivo. Por isso, não entendemos e protestamos, porque, no
dia de hoje, não só este Projeto, que teria de ser Complementar, tramitou
normalmente, como inclusive continuou na Ordem do Dia para discussão. Então,
está-se inaugurando um comportamento casuístico: o de um Vereador tramita, o de
outro Vereador suspendem a tramitação, devendo fazer um Substitutivo para
depois retornar. É incorreto! Caso necessário, exijo um tratamento isonômico e
um comportamento da Procuradoria, da Diretoria Legislativa e da Presidenta da
Casa. Obrigado.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, já conhecemos o Ver. Raul Carrion: ele vai buscar, em qualquer
argumento, o empecilho. Toda a Bancada do PT é assim, eles vêem a forma das
questões e não o mérito das questões. Nós temos de discutir é o mérito das
questões. Então, vejo essa deformidade que se provoca em função de trazer um
exemplo e, principalmente, usar o microfone sem fazer, inclusive, uma Questão
de Ordem.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidenta, eu quero me contrapor à
manifestação do Ver. Raul Carrion e dizer a V. Exª que nós respeitamos, na
condição de Presidente da Casa, as deliberações que V. Exª tomar. Podemos até
muitas vezes discordar delas, mas vamos nos insurgir pelos caminhos legais,
pelos caminhos regimentais. Este Projeto tem uma diferença e uma sutileza que,
certamente, o Ver. Raul Carrion não alcançou, é que este Projeto está na Ordem
do Dia e tem, dessa forma, um tratamento diferenciado.
(Manifestação
no Plenário.)
O SR. ISAAC AINHORN: Vereador, eu estou em questão de ordem.
Portanto, nossa solidariedade em nome da Bancada do PDT, em que V. Exª se
comporta como magistrado. E nós vamos respeitar mesmo aquelas decisões que
contrariem os nossos interesses, as nossas posições. Vossa Excelência é a Presidente
e nós vamos respeitar as suas decisões.
O SR. REGINALDO PUJOL: Nós havíamos, há mais tempo, solicitado
para formular uma questão de ordem, exatamente com os fundamentos que foram
levantados pelo Ver. Isaac Ainhorn, em nome do PDT. A nossa questão de ordem é
que nós estamos acatando não só a decisão correta da Presidência da Casa, como
respeitando a Procuradoria, a Diretoria Legislativa. E fomos alertados de que
havia dúvida quanto ao encaminhamento do Projeto; era possível neste momento,
já que a matéria se encontra na Ordem do Dia, é Emenda de Liderança. E
utilizamos essa prerrogativa, como Líder do Partido da Frente Liberal, para
encaminhar a Emenda hábil e tempestivamente. Obviamente que é uma correção
formal, em verdade passou desapercebido num primeiro momento pela Procuradoria,
mas essa, em tempo, faz o alertamento, e nós, em homenagem a V. Exª, em
homenagem à Procuradoria e à Diretoria Legislativa, oferecemos de pronto a
correção. Tentar obstar que alguém, um Vereador, Líder de uma Bancada, ainda
que pequena, porém, expressiva, possa exercer o direito de Liderança, partindo
do Ver. Raul Carrion, é uma enorme de uma incoerência.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Srª Presidenta, eu requeiro o adiamento
dessa discussão por duas Sessões.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereadora Presidenta, eu penso que
nós discutimos muito a matéria. Tudo o que muda entre uma lei complementar e
uma lei ordinária é apenas o quórum para a aprovação, nada mais do que isto.
Nada impede, não há nada escrito na Lei Orgânica nem no Regimento interno no
sentido de que não possa ser acrescido agora que a lei é complementar. Por
outro lado, a Procuradoria também não alertou de que era necessário que essa
proposição fosse lei complementar; foi alertado aqui no plenário - e aqui no
plenário pode ser consertado -, não há problema maior. Eu penso que nós estamos
deixando passar o tempo e não vamos votar mais nada outra vez. Eu não encontro
no Regimento interno, muito menos na Lei Orgânica, amparo. Apenas diz que os
projetos de leis complementares só serão aprovados se obtiverem maioria
absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal, observados os demais termos
de votação das leis ordinárias. E as leis ordinárias eram a forma como elas
estavam sendo votadas, então não há o que alterar.
O SR. ZÉ VALDIR: O Ver. Reginaldo Pujol tem razão. Eu só
queria lembrar ao Ver. Reginaldo Pujol que, quando os projetos apresentam
vícios como este, o vício tem de ser sanado. Só que a Casa adotou determinados
procedimentos históricos de como sanar esse vício. Eu também, assim como o Ver.
Raul Carrion, tive um Projeto nas mesmas condições e foi-me exigido, inclusive
no dia em que estava em votação, que eu refizesse todo o Projeto, apresentasse
um Substitutivo. Mas, certamente, a Procuradoria da Casa não era diferente.
Então, nós temos de também primar pelo precedente da Casa, porque senão nós
vamos a todo o momento ficar criando procedimentos diferenciados para coisas
que são idênticas. Então, eu tive um Projeto na mesma situação, assim como o
Ver. Raul Carrion, assim como o Ver. Darci Campani, e o encaminhamento que foi
dado, inclusive secundado pela Procuradoria, foi completamente diferente.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa vai deliberar ouvindo todos os
Vereadores que já se manifestaram; por sugestão da Diretoria Legislativa e da
Procuradoria, que examinaram mais a fundo essa questão, eu concordo que saia da
Ordem do Dia para que sejam corrigidas as questões formais, ou seja, que o
Processo seja reautuado; portanto, está retirado da Ordem do Dia e retornará
imediatamente à Ordem do Dia, possivelmente na quarta-feira seguinte, quando
estiverem solucionadas essas questões. Por favor, essa é uma definição, uma
deliberação da Mesa.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ainda que discordemos, respeitamos.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.
A
Mesa consulta os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras se há quórum para
que possamos seguir esta Sessão, com a votação de novos Requerimentos e novos
Projetos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não seria uma homenagem a V. Exª
continuar esta Sessão, que se torna melancólica.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Visivelmente, não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h11min.)
* * * * *